Auditores abandonam PwC no Chipre para trabalharem com clientes ligados à Rússia
Três sócios da PwC Chipre saíram e fundaram uma nova empresa para poderem trabalhar com clientes ligados à Rússia. Dos 30 trabalhadores da nova empresa, 20 eram da PwC
Um grupo de parceiros da PwC lançou uma nova empresa no Chipre para aceitar o trabalho de clientes ligados à Rússia, que as quatro grandes auditoras não vão aceitar, noticia o “Financial Times”.
Segundo o jornal, a PwC tem funcionado globalmente com uma política de “sancionado num lugar, sancionado em todos os lugares”, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o que teve um efeito particularmente grande na sua filial no Chipre, dadas as extensas ligações entre o país e a Rússia.
Três sócios demitiram-se e fundaram a Kiteserve, por forma a conseguirem os clientes que ‘perderam’. Ainda assim, o sócio-gerente da empresa, Theo Parperis, disse que está a seguir as sanções da União Europeia. O problema era que “as quatro grandes [PwC, Deloitte, Ey e KPMG] foram muito além das sanções impostas”.
O responsável estima que 50% dos seus clientes tenha ligações à Rússia, mas esta percentagem deverá diminuir com o tempo. Destes, a “maioria” não foi sancionado pela UE ou pelos Estados Unidos.
O jornal indica ainda que os fundadores da Kiteserve fecharam um acordo para não haver restrições à contratação de funcionários da PwC Chipre e da habitual proibição de cinco anos a ex-parceiros que vendem serviços de auditoria. Dos cerca de 30 funcionários da Kiteserve, 20 vinham da PwC.
Nem a PwC nem a Kiteserve divulgaram o valor do negócio para remover as restrições de não concorrência.
A Kiteserve opera a partir dos escritórios da PwC em Nicósia e Limassol. A PwC disse que o espaço é separado e que está a ser arrendado à nova empresa.
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