"A TAP continua a ser um tema difícil, mas vamos continuar a olhar para ele com orgulho, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, numa audição esta segunda-feira, no Parlamento. Uma afirmação que fez lembrando que a transportadora teve um lucro de 111 milhões de euros de lucro no terceiro trimestre, ou seja, de julho a setembro.
"Não nos escondemos de temas difíceis", afirmou o governante. E prosseguiu: "O sr. deputado [do PSD], Paulo Moniz, estimava que iríamos ter um prejuízo de 400 milhões de euros em 2022, muito longe dos 56 milhões de euros referidos por mim [como número previsto para os prejuízos deste ano].
Para sublinhar o que considera ser o bom resultado da TAP e bom desempenho deste ano, lembrou ainda que o plano de reestruturação só previa que a TAP tivesse lucro em 2025. "A TAP teve 11 milhões de lucro no terceiro trimestre, e espere pelo quarto trimestre para voltarmos a falar", atirou, dando a entender que o último trimestre do ano também será positivo.
Não há negociações com potenciais candidatos
Pedro Nuno Santos assegurou que não há negociações com potenciais compradores da TAP, em resposta ao deputado da Iniciativa Liberal (IL), Carlos Guimarães Pinto. E manteve o que tem dito sobre a privatização da TAP: o processo ainda não arrancou.
Carlos Guimarães pediu ainda ao ministro para confirmar se a privatização da TAP ocorrerá ainda em 2023, se será sobre mais de 50% do capital e se, após a privatização o Estado planeia ficar com algum tipo de obrigação ou se dará algum tipo de garantia sobre a dívida da TAP. Mas o ministro nada adiantou, afirmando: "Não está definido".
E depois precisou: "Não podemos dar uma resposta sobre um processo que ainda não foi iniciado. Não há qualquer tipo de negociação com nenhum potencial comprador".
A AIr France e IAG, aliança que junta Ibéria e a British Airways, assumiram recentemente o seu interesse pela TAP. Entre as favoritas, a Lufthansa foi a única que até agora nada disse.
Pedro Nuno Santos voltou a afirmar que não houve uma mudança da posição do Governo em relação à privatização da TAP. “Enunciámos um objetivo que foi a abertura da capital da TAP, porque nunca foi objetivo manter com 100% da TAP. (…) Esse processo não foi iniciado e não podemos dar resposta sobre um processo que não foi iniciado”, salientou.
O deputado da IL quis ainda saber porque é que na sequência da transformação da injeção de dinheiro na TAP em capital, porque é que não tinham sido salvaguardado os 5% de capital que os trabalhadores tinham na empresa. Pedro Nuno Santos respondeu, dizendo que Bruxelas decidiu, no âmbito das negociações do plano de reestruturação da TAP, que o dinheiro injetado seria transformada em capital e que nessa sequência todas as participações diluíram-se.
Sobre o fim dos cortes salariais na TAP, após a empresa ter registado lucros de 111 milhões de euros no terceiro trimestre, ministro afirmou que não há ainda condições para estes acabarem. E em resposta à deputada do PCP, Paulo Santos, que os cortes não podiam ser revertidos, porque a TAP empresa continua a ter uma situação deficitária
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