O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) veio sublinhar que espera que a TAP não esteja a preparar-se para atribuir a responsabilidade aos pilotos, e ao seu legítimo direito a tirar licença de parentalidade, pelo cancelamento de mais de 400 de voos nos dois últimos meses do ano. Na mesma comunicação aos associados, o SPAC diz ainda que espera também que este não seja um argumento para contratar companhias externas (ACMI) para prestar o serviço, como tem feito nos últimos meses.
"A não ser que a legislação que regula as licenças de parentalidade seja uma novidade deste ano, estamos perante uma tentativa de preparação da opinião pública para tornar plausível o cancelamento de mais de 400 voos, entre os meses de Novembro e Dezembro", ironiza o SPAC, em comunicado enviado aos associados a que o Expresso teve acesso. Uma reação à notícia do Jornal de Negócios. Segundo o jornal haverá com licença de parentalidade entre os dias 15 de dezembro deste ano e 15 de janeiro, em média, por dia, 110 tripulantes de cabina e 40 pilotos. Um número que poderá subir.
O SPAC volta a apontar o dedo à gestão, e ao que considera serem erros cometidos no âmbito do plano de reestruturação e que ainda hoje se mantém. "A empresa optou por despedir pilotos e tripulantes de cabine num passado recente (...). Agora, ignora este facto e a escassez de pilotos e tripulantes, ignora o planeamento de voos desfasado da realidade que tem, ignora o direito consagrado na lei, transversal a todas as empresas e a todos os trabalhadores em Portugal de gozarem as suas licenças e atribui a responsabilidade colocando o ónus em 3% dos pilotos", afirma. E considera que é “mais uma” demonstração de "incapacidade e irresponsabilidade" por parte da gestão.
Na nota aos associados, prossegue: "Por mais que se tente justificar tantos cancelamentos com a ausência de 40 pilotos, que foram pais e mães, num universo de 1200, nunca vão conseguir escamotear a verdade irrefutável: faltam pilotos, faltam tripulantes de cabine e faltam aviões".
O SPAC defende que as opções da gestão, nomeadamente a contratação de ACMI, tem tido "custos elevadíssimos para todos e causa danos graves, tanto na credibilidade da marca TAP, como na confiança dos passageiros".
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