Economia

Têxteis em alerta: negócios estão a abrandar

Têxteis em alerta: negócios estão a abrandar
Rui Duarte Silva

Indicadores do sector têxtil estão em terreno negativo e o problema é global, diz a Federação Internacional da Indústria Têxtil. Em Portugal, exportações ainda crescem

Em setembro, as expetativas de negócio da indústria têxtil à escala global entraram em terreno negativo, indica o último inquérito global da federação internacional ITMF sobre o sector, que continua a ver as exportações a crescer em Portugal.

Novas encomendas, encomendas em carteira e taxa de utilização efetiva da capacidade produtiva estão em queda, refere este estudo sectorial da Federação Internacional da Indústria Têxtil.

Entre as principais preocupações do sector para os próximos seis meses, a ITMF aponta a quebra das encomendas, a subida dos preços das matérias-primas e da energia e a inflação, mas as preocupações geopolíticas também estão a entrar na agenda. Já os custos dos transportes começam a perder peso.

No mapa mundo, as expetativas relativamente à entrada de novas encomendas estão a melhorar no sul da Ásia, na América Central e América do Norte e em África, mas as restantes regiões referem que os trabalhos em carteira são insatisfatórios.

Em Portugal, as exportações até agosto cresceram 16,7% face a 2021 e 18,1% comparativamente a 2019, para os 4,18 mil milhões de euros, com as vendas de vestuário ao exterior a responderem por mais de metade deste valor (2,4 mil milhões), indica o Portugal Têxtil, portal de moda do CENIT - Centro de Inteligência Têxtil, detido pela ANIVEC/APIV – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção

“Continuamos a assistir a uma ligeira desaceleração, mas no cômputo geral, as exportações nacionais de vestuário continuam a evidenciar uma evolução considerável, com resultados excecionais em inúmeros mercados de referência, como o francês, o germânico, o italiano, o holandês e o norte-americano”, comenta César Araújo, presidente da ANIVEC, sobre a dinâmica exportadora do sector.

Os 10 principais mercados de Portugal aumentaram as compras face a 2021. Na comparação com o período pré-pandemia, Espanha, o maior cliente nacional, é o único em país em quebra no top 10 (-11,2% ou 122 milhões de euros).

As maiores subidas foram protagonizadas por Itália, o 5º cliente dos têxteis e vestuário made in Portugal (+32% face a 2021 e +48% comparativamente a 2019), e por França, o maior comprador da produção lusa (+23,4% e + 40,3%, respetivamente).

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