Economia

Santander mais do que duplica lucro em Portugal e ganha 385 milhões de euros até setembro

Pedro Castro e Almeida, presidente da Comissão Executiva do Santander
Pedro Castro e Almeida, presidente da Comissão Executiva do Santander
TIAGO MIRANDA

Os resultados do Santander em Portugal atingiram os 385,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Comissões sobem 13,6%, crédito a empresas cai mas financiamento para compra de habitação sobe, apesar do atual contexto económico

O Santander em Portugal mais do que duplicou os lucros no terceiro trimestre do ano, de 172,2 milhões de euros para 385,1 milhões de euros. Este crescimento é em parte explicado pelo facto de no terceiro trimestre de 2021 o banco ter registado "um encargo encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquido de impostos), para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.

O banco liderado por Pedro Castro Almeida registou um crescimento de 13,6% nas comissões para 358,6 milhões de euros.

Para este crescimento face a setembro de 2021, contou sobretudo, sublinha o banco, “a dinâmica positiva” de “distribuição de seguros autónomos de risco, com destaque para a oferta de seguros auto para particulares e empresas, bem como a melhoria das transações pelos clientes”.

Uma das notas de destaque do banco liderado por Pedro Castro Almeida diz respeito à transformação comercial e digital. Em comunicado o banco refere que esta transformação “continua a materializar-se no crescimento de clientes digitais (+9,4% face ao período homólogo), os quais já representam cerca de 61% da base de clientes de banco principal”.

Crédito a empresas cai 4,1% e habitação sobe 6,7%

O banco destaca ainda a evolução do crédito à habitação, embora “com volumes mais baixos do que os observados no primeiro semestre do ano”.

A concessão de crédito ascendeu a 43,5 mil milhões de euros, traduzindo uma queda de 0,1% face a igual período de 2021, apenas contrariada pelo crescimento do crédito à habitação, que cresce 6,7% em termos homólogos , apesar da subida das taxas de juro.

O crédito à habitação ascendeu a 23 mil milhões e o crédito ao consumo registou uma subida de 8,9%, para 1,8 mil milhões de euros.

O crédito a empresas caiu 4,1% nos primeiros nove meses do ano para 15,6 mil milhões de euros, traduzindo uma quebra da procura.

No que toca à captação de recursos verificou-se um crescimento de 1,2%, para 46,7 mil milhões de euros, tendo o montante em depósitos subido 3,6%, para 39 mil milhões de euros, embora segundo o banco este crescimento tenha sido “parcialmente anulado pela dinâmica de recursos fora de balanço, que retraíram 10,3% no mesmo período, fruto do contexto nos mercados financeiros”.

A margem financeira (diferença entre os juros cobrados e os juros pagos), apesar da subida das taxas de juro, registou um decréscimo de 1,9% para 547,9 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano. O que reflete, "por um lado, o contexto concorrencial competitivo, que continuou a pressionar em baixa os spreads de crédito, e, por outro lado, a alteração da composição relativa da carteira de crédito, fruto do maior dinamismo do crédito hipotecário". O Santander sublinha que "a subida das taxas de juro é ainda recente para produzir um impacto material nesta rubrica das receitas.

O rácio de rentabilidade (ROE) aumentou de 4,9% nos primeiros nove meses de 2021 para 11,1% até setembro. Já o rácio de eficiência caiu de 41% para 39%.

Custos caem 13,6%

Os custos operacionais caíram 13,6% para 364,5 milhões de euros por via do processo de transformação em 2021, que determinou “uma redução dos custos com pessoal em 16,1%, dos gastos gerais em 10,8% e da depreciação em 9,2%, neste mesmo horizonte temporal”. Comparando com dezembro de 2021, até setembro fecharam 8 agências e o número de colaboradores reduziu-se em 126 pessoas.

O banco destaca também a qualidade da carteira de crédito. “Até ao presente, o complexo contexto económico ainda não teve um impacto percetível sobre a qualidade da carteira de crédito, o que se reflete na redução do rácio de NPE [crédito em risco] para 2%, no final de setembro, ou seja, 0,3 pontos percentuais abaixo do observado no final dos 3.º e 4.º trimestres de 2021”.


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