Economia

TAP: Líder da Portugália surpreende com saída ao fim de 21 anos e diz-se nostálgico

TAP: Líder da Portugália surpreende com saída ao fim de 21 anos e diz-se nostálgico
PATRICIA DE MELO MOREIRA

Os trabalhadores da Portugália, empresa do grupo TAP, receberam com surpresa a notícia de que Valter Fernandes iria sair da liderança e da companhia. Christine Ourmières-Widener, irá substituí-lo temporariamente

Valter Fernandes vai deixar-se de ser diretor-geral da Portugália em dezembro próximo, foi comunicado esta terça-feira.

"É com um sentimento bastante nostálgico que tomo a decisão de sair do grupo TAP em dezembro, após 21 anos ininterruptos de serviço", escreve Valter Fernandes, diretor-geral da Portugália, cargo que assumiu nos últimos cinco anos, numa carta enviada aos trabalhadores. A decisão, sabe o Expresso, apanhou de surpresa os trabalhadores da subsidiária da transportadora portuguesa.

A saída de Valter Fernandes foi comunicada ao mercado pela TAP, que atribui a decisão à existência de novos desafios profissionais para o gestor que entrou na companhia há mais de duas décadas.

A liderança da Portugália será assumido temporariamente pela presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener. Uma função que a gestora ocupará enquanto não for encontrado um substituto. O processo de seleção, interno e externo, está já a decorrer.

“Há mais de duas décadas no Grupo TAP, Valter Fernandes abraça agora novos desafios profissionais e é com grande pena que o vemos partir, agradecendo-lhe todo o trabalho, de grande qualidade, desenvolvido ao longo de tantos anos”, diz a TAP. É um gestor com uma longa carreira, passou por várias áreas da companhia, nomeadamente a manutenção do Brasil,

Valter Fernandes passa em revista os anos em que esteve a gerir a companhia, e sublinha o "clima de paz social", que foi possível manter "numa conjuntura muito difícil". “Na Portugália, fecho cinco anos de um ciclo como diretor-geral, período no qual passámos de 13 para 19 aeronaves, aumentámos em 50% a oferta de lugares disponíveis e passámos de 650 para cerca de 900 colaboradores. Com este crescimento, quase duplicámos a presença dentro do Grupo TAP, em relação a horas voadas versus totais”, explicou.

Uma paz social que poderá estar, no entanto, ameaçada, já que o SIPLA, sindicato dos pilotos da Portugália, suspendeu as negociações do acordo de empresa com a TAP, esta segunda-feira, e admite avançar para a greve se não forem satisfeitas as suas reivindicações.

Na carta de despedida, o gestor sublinhou ainda a relevância que a transportadora que tem gerido ganhou na sequência do plano de reestruturação da TAP, dizendo que este assentou em muito num crescimento da Portugália”.

“Reintegrámos colaboradores a quem o contrato não foi renovado na pandemia e, com bastante sucesso, acolhemos outros colegas que saíram da TAP”, afirmou. A Portugália não despediu pilotos, e recebeu alguns dos pilotos que saíram da casa mãe na sequência do plano de reestruturação.

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