22 outubro 2022 18:19

17% das hipotecas em vigor poderão entrar em risco de incumprimento
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Alguns analistas do mercado imobiliário falam em “desaceleração brutal”, mas o sector não vê razões para pânico
22 outubro 2022 18:19
Não há sinais de que o mercado da habitação em Espanha esteja em risco de sofrer com o rebentamento de uma bolha imobiliária especulativa como a de 2008. Mas surgem, de facto, no horizonte alguns sinais que distorcem o funcionamento normal do dito mercado, devido ao contexto atual de guerra na Ucrânia, alta inflação, subida de preços nos materiais de construção e aumento das taxas de juro. É nisto que coincidem, em geral, os especialistas consultados pelo Expresso acerca dos sinais do evidente arrefecimento do sector, certificado pelas estatísticas.
“Em 2008 construía-se em Espanha um milhão de habitações, quando se necessitava apenas de 500 mil”, diz ao Expresso Luis Miguel Pascual, diretor da empresa imobiliária Metrovacesa nas ilhas Canárias. “Agora estão a construir-se cerca de 100 mil casas, enquanto a procura supera as 150 mil. É uma revitalização evidente do sector, que esteve completamente parado durante a pandemia, mas não há risco de bolha [especulativa] imobiliária”, acrescenta. Coincide nesse diagnóstico Maria Matos, diretora de Estudos e porta-voz do portal imobiliário Fotocasa: “O mercado está a aquecer porque há uma grande procura, disponibilidade financeira devido às poupanças da pandemia e pouco stock”, sublinha.