Economia

Venda de casas em 'resorts' cresceu 20% nos primeiros seis meses do ano

Venda de casas em 'resorts' cresceu 20% nos primeiros seis meses do ano
D.R.
Preços de casas localizadas em resorts aumentaram 1,5% em cadeia e 14,6% em termos homólogos hómologos, revela um estudo da Confidencial Imobiliário e da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts

A habitação localizada em resorts mantém-se na mira dos investidores, com o número de unidades transacionadas a crescer 20% face ao segundo semestre de 2021 nos primeiros seis meses do ano. Já os preços têm um crescimento menor. Estas são as conclusões do último “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts (APR) e apoiado pelo Turismo de Portugal.

Uma maior diversificação de nacionalidades nos vários destinos e o reforço dos britânicos no Algarve, mercado onde tradicionalmente são clientes dominantes, são algumas das razões apontadas pelo relatório para a progressão de 20%, um dos níveis de atividade mais elevados desde 2017.

“A progressão de 20% nos primeiros seis meses confirma uma procura importante de habitação localizada em resorts”, explica Pedro Fontainhas, diretor-executivo da APR.

No eixo Albufeira-Loulé, o chamado “triângulo dourado”, onde se localizam resorts como a Quinta do Lago, Vilamoura, Vale do Lobo, Ombria e Pine Cliffs e que representa um terço do mercado, “os britânicos voltaram a ganhar quota de mercado e as sua compras ultrapassaram de novo a dos novos entrantes”, explica o responsável. Em 2021, os britânicos apesar de se manterem os clientes mais importantes neste eixo, tinham perdido quota perante o crescimento de clientes oriundos da Alemanha, Irlanda e Países Baixos, acrescenta Pedro Fontainhas.

De acordo com o relatório, os britânicos fizeram 56% das aquisições internacionais neste eixo no primeiro semestre de 2022, voltando a posicionar a sua quota acima dos 50%. Este tinha sido o padrão do mercado internacional entre 2018 e 2020.

Outro terço do mercado é representado pela Costa Atlântica no eixo Troia – Comporta- Melides, uma zona que tem uma estrutura diferente com um maior equilíbrio entre as fontes de procura, destacando-se os britânicos, alemães, espanhóis e norte-americanos.

O restante mercado divide-se entre o Barlavento e o Sotavento algarvio, com cerca de 20% cada.

Segundo o relatório, em termos de preço médio, Albufeira-Loulé registou preços médios de venda de 4625 euros por metro quadrado (m2). O Barlavento e a Costa Atlântica registaram vendas em níveis idênticos ao do seu padrão habitual, respetivamente em torno dos 3000 euros/m2 e dos 3800 euros/m2.

Preços estabilizam

Após a grande subida no final de 2021 (+13%) muito relacionada com o fim da pandemia, os preços da habitação integrada em resorts tiveram um certo abrandamento no primeiro semestre deste ano, apresentando uma variação semestral de 1,5%. Porém, em termos homólogos, a valorização mantém-se robusta (+14,6%), refletindo ainda o crescimento semestral consecutivo dos preços nos últimos dois anos.

O relatório adianta que a oferta de resorts acompanha a tendência dos preços de venda, mantendo os valores estáveis no primeiro semestre deste ano. Neste período, a oferta de resorts no país apresentava um valor médio de 4301 euros/m2, pouco diferindo dos 4382 euros/m2 do semestre anterior e mantendo-se no mesmo patamar dos últimos anos, designadamente entre os 4000 euros/m2 e os 4500 euros/m2.

Quanto ao comportamento na gama mais elevada do mercado, acompanhada pelo percentil 95 dos valores de oferta, a tendência é idêntica, com os resorts em oferta nesta franja a atingirem 7972 euros/m2 no semestre em análise.

Otimismo prudente

Pedro Fontainhas salienta que as vendas realizadas no primeiro semestre, tradicionalmente mais fraco, representam metade das transações de 2021. “Se se repetir o mesmo padrão no segundo semestre, poderemos ultrapassar as vendas do ano passado”, adianta.

Quanto a 2023, o responsável opta pelo que chama um “otimismo prudente”, num setor relativamente imune às compras por crédito hipotecário. Lembra que as viagens internacionais continuam a registar crescimento, mas existe também guerra, crise económica e inflação.


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