Economia

Desemprego registado sobe em setembro pelo segundo mês consecutivo

Desemprego registado sobe em setembro pelo segundo mês consecutivo
Tiago Miranda

No final de setembro estavam registados nos centros de emprego 287.240 desempregados, o que representa um aumento de 1,6% face a agosto. Já na comparação com setembro do ano passado verificou-se uma descida de 20%

É o segundo aumento mensal consecutivo. Depois de ter aumentado em agosto face ao mês anterior, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal voltou a subir em setembro face a agosto. O incremento foi de 1,6%, para um total de 287.240 pessoas (mais 4.393 desempregados). Ainda assim, na comparação homóloga, ou seja, com setembro de 2021, regista-se uma queda expressiva, de 20% (menos 71.908 pessoas), indicam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), publicados esta sexta-feira.

Com a conjuntura internacional - e europeia em particular - a degradar-se, penalizada pela guerra na Ucrânia, crise energética, e a persistência de inflação elevada, levando os bancos centrais a subir de forma marcada os juros, é um sinal de alerta sobre a evolução do mercado de trabalho português. Sobretudo com o final do verão, logo, da época alta do turismo, sector muito intensivo em mão-de-obra.

No que toca à redução do desemprego em termos homólogos, o IEFP salienta que "na variação absoluta, contribuíram, com destaque, os grupos dos indivíduos que procuram novo emprego (-67.535), os que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-63.893) e os inscritos à 12 meses ou mais (-51.548).

Em termos regionais, o IEFP destaca que o o desemprego registado diminuiu em termos homólogos em todas as regiões do país, com destaque para o Algarve (-43%) e para a Madeira (-37,9%). Já se a análise for feita em cadeia, ou seja, em relação ao mês anterior, “as regiões dividiram-se entre decréscimos (três) e acréscimos (quatro) no desemprego”, indica o IEFP, apontando que o maior aumento aconteceu no Algarve, com uma subida de 14,2%.

Trabalhadores não qualificados são o maior grupo

Olhando para o universo de desempregados registados nos centros de emprego no final de setembro, os mais representativos são “trabalhadores não qualificados“ (25,4%), seguidos dos “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (19,8%). Mais abaixo surgem os "especialistas das atividades intelectuais e científicas" (12,6%), e o "pessoal administrativo" (11,6%).

Na comparação com setembro de 2021 (excluindo os grupos com pouca representatividade, ou significado, no desemprego registado), “todos os grupos apresentaram diminuições nas variações homólogas, destacando-se os ”trabalhadores de serviços pessoais,de proteção e segurança e vendedores" (-25,2%), os "operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem" (-22,8%), e o "pessoal administrativo" (20,7%)", sinaliza o IEFP.

No que respeita à atividade económica de origem do desemprego, dos desempregados que, no final de setembro, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, “72,8% tinham trabalhado em atividades do sector dos “Serviços”, com destaque para as “Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 31,0% do total)”, aponta o IEFP.

Já outros 19,8% eram provenientes do sector “Secundário”, com relevo para a “Construção” (6,4%). E, ao sector “Agrícola” pertenciam 4,5% dos desempregados.

"O desemprego diminuiu, face ao mês homólogo de 2021, em todos os grandes setores: “Agrícola” (-7,8%), "Secundário" (-20,5%) e "Terciário" (-20,8%), indicam os dados.

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