Défice da balança portuguesa de bens atinge valor recorde em agosto
Excedente externo da economia portuguesa em agosto encolheu 58% face ao mesmo mês do ano passado. Explicação está no aumento do défice da balança de bens
Excedente externo da economia portuguesa em agosto encolheu 58% face ao mesmo mês do ano passado. Explicação está no aumento do défice da balança de bens
Jornalista
As marcas da crise energética e da degradação da conjuntura internacional são já claramente visíveis no saldo externo da economia portuguesa. Nos primeiros meses deste ano registou-se um défice externo de 2439 milhões de euros, indicam os dados publicados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Isto quando, em igual período do ano passado, tinha sido alcançado um excedente de 1083 milhões de euros.
Olhando apenas para o mês de agosto, as balanças corrente e de capital até atingiram um excedente, da ordem dos 339 milhões de euros. Mas este valor corresponde a uma redução de 468 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2021. OU seja, o saldo positivo encolheu 58%.
O BdP salienta que para esta evolução contribuiu o aumento do défice da balança de bens, de 1681 milhões de euros, “explicado por um crescimento das importações superior ao das exportações em relação a agosto de 2021”. As taxas de variação homólogas de foram de 53,5% e de 32,3%, respetivamente.
Mais ainda, “o défice da balança de bens registado no mês de agosto é o maior de toda a série mensal disponível”, vinca o banco central.
Situação que “foi parcialmente compensada pela evolução da balança de serviços”, diz o BdP, destacando os aumentos das exportações e das importações em, respetivamente, 59,9% e 45,6% relativamente a agosto de 2021.
Em plena época alta do turismo, este ano já sem restrições associadas à pandemia de covid-19, o BdP indica que “para estas subidas contribuiu, sobretudo, a rubrica de viagens e turismo", com as exportações e as importações a crescerem, em termos homólogos, respetivamente, 70,9% e 46,6%, e “atingindo os valores mensais mais elevados de toda a série”. Tudo somado, o excedente desta rubrica aumentou 1237 milhões de euros, para 2810 milhões de euros.
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