Economia

Alemã Uniper poderá precisar de mais 40 mil milhões de euros de ajuda pública

Central elétrica alimentada a gás que a Uniper tem em Irsching, na Alemanha.
Central elétrica alimentada a gás que a Uniper tem em Irsching, na Alemanha.
Rolf Sturm

Depois de ter sido nacionalizada em setembro, a energética alemã Uniper irá precisar de uma nova injeção de dinheiro, que segundo o jornal Handelsblatt pode chegar aos 40 mil milhões de euros

Alemã Uniper poderá precisar de mais 40 mil milhões de euros de ajuda pública

Miguel Prado

Jornalista

A empresa energética alemã Uniper poderá vir a precisar de mais 40 mil milhões de euros de ajudas públicas, de acordo com a edição desta quinta-feira do jornal alemão Handelsblatt, que recolheu a informação junto de fontes do Governo e do setor financeiro.

O jornal indica que, segundo as fontes consultadas, o montante de apoios adicionais de que a Uniper poderá precisar dependerá muito da evolução futura dos preços do gás natural, mas pode ir dos 10 aos 40 mil milhões de euros.

De acordo com a mesma fonte, a empresa e o Governo deverão na próxima semana começar a trabalhar na definição das necessidades concretas de capital da Uniper.

Esse apoio virá somar-se aos 26,5 mil milhões de euros já avançados pelo Estado alemão em setembro, numa operação que implicou a nacionalização da Uniper, para tentar evitar o seu colapso.

Presente em mais de 40 países, a Uniper é uma das principais empresas de energia da Alemanha, tendo cerca de 33 gigawatts (GW) de capacidade instalada para produzir eletricidade.

O grupo, com mais de 11 mil trabalhadores, tem contratada uma carteira de fornecimentos anuais de gás de 400 terawatt hora (TWh), o equivalente ao consumo de 22 milhões de famílias na Alemanha.

A intervenção de setembro levou o Estado alemão a ficar com 99% da Uniper, que era até então detida em 78% pela finlandesa Fortum.

O disparo das cotações do gás nos últimos meses obrigaram diversas empresas que transacionam este combustível nos mercados a reforçar as suas garantias para poderem continuar a cobrar gás, levando algumas dessas companhias a uma situação crítica de liquidez.

Entre as medidas propostas pela Comissão Europeia para lidar com a crise energética está o incentivo aos Estados-membros para canalizarem fundos que ajudem as empresas de energia em dificuldades a conseguir manter a atividade.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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