Economia

BCE deverá apostar noutra subida de 75 pontos-base na próxima reunião de política monetária

BCE deverá apostar noutra subida de 75 pontos-base na próxima reunião de política monetária
DANIEL ROLAND/Getty Images

Os economistas ouvidos pela Reuters preveem uma subida de 75 pontos-base na reunião do BCE da quinta-feira da próxima semana e que o ano feche com uma taxa de juro de 2,5%

Numa época em que a inflação, apesar de dar sinais de abrandamento em algumas economias, está ainda em máximos de várias décadas, a expectativa é que o Banco Central Europeu (BCE) aumente a taxa de juro de referência de forma muito significativa, de novo em 75 pontos-base, de acordo com uma sondagem da Reuters divulgada esta quarta-feira, 19 de outubro.

Na próxima reunião de política monetária do BCE, que terá lugar a 27 de outubro, é certo que haverá um aumento das taxas de juro, tal como já anunciado pela presidente do banco de Frankfurt, Christine Lagarde. A ordem de grandeza do aumento é que é uma incógnita, apesar de a maioria dos economistas ouvidos pela Reuters apontar para um novo grande aumento, depois de uma subida de 75 pontos-base na reunião de setembro.

Uma sondagem da agência entre mais de 60 economistas aponta para um aumento da taxa de depósito para os 1,5% e para a taxa de refinanciamento - a que é tida nos mercados como taxa de referência - para os 2%.

Entre os 36 que responderam à questão relativa à taxa de depósitos, sete apontaram para uma subida em 50 pontos-base, 27 defenderam um aumento de 75 pontos-base e dois disseram que o banco deveria aumentá-la em 100 pontos-base.

Esta travagem a fundo do BCE na política monetária, iniciada em julho com o aumento de 50 pontos-base das taxas, fez com que as previsões dos economistas para as taxas no médio-prazo fossem revistas em alta.

Segundo a Reuters, o ano 2022 deverá fechar com uma taxa de depósito de 2% e uma taxa de refinanciamento de 2,5%, e atingir o máximo de 2,5%, na taxa de depósito, e de 3% na taxa de refinanciamento, em 2023.

As previsões anteriores, feitas em setembro pelos economistas ouvidos noutra sondagem da Reuters, indicavam encerrar 2022 com uma taxa de depósito de 1,25% e de refinanciamento de 2%. Para 2023, antecipavam-se taxas máximas de 1,50% e 2%, respetivamente.

Numa altura em que se prevê uma recessão na zona euro dada a crise energética e a velocidade da contração da política monetária - com o debate relativo à diminuição do balanço de 3,3 biliões de euros do BCE nas cartas para breve, além da possibilidade de mais subidas nas taxas de juro além de outubro - os economistas ouvidos pela Reuters preveem, na maioria, uma recessão curta e pouco intensa.

Na sondagem, 22 dos 46 que responderam a esta questão a são desta opinião. Já 15 dizem que será longa e pouco intensa, 8 defendem que será de curta duração e intensa e um disse que será longa e difícil.

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