Procura pelas obrigações da construtora levou-a a aumentar a oferta e, mesmo assim, não foi satisfeita. Mota-Engil coloca 70 milhões de euros no mercado para reembolsar em 2027
Jornalista
Trinta e oito investidores aplicaram pelo menos €100 mil nas novas obrigações da Mota-Engil que vão dar um juro anual de 5,75%. Outros 16 investidores, que já tinham títulos representativos da dívida da construtora portuguesa, também as trocaram por novas obrigações que correspondem a um investimento igual ou superior aos €100 mil. Ao todo, foram 54 - num universo de mais de 4 000 - os que mais investiram nesta operação.
Estes são números que a gestora da Bolsa de Lisboa divulgou esta terça-feira, 18 de outubro, em resultado da oferta pública de subscrição de novas obrigações da Mota-Engil 2022/2027 e da oferta pública de troca das obrigações emitidas em 2018 e que seriam reembolsados este ano, por estes novos títulos.
Ao todo, a Mota-Engil colocou nos investidores títulos que valem 70 milhões de euros, quando a procura válida foi 1,34 vezes superior, chegando aos 93,6 milhões. Houve colocação de 55 milhões em novas obrigações e 14,85 milhões por troca das emitidas em 2018.
O objetivo inicial da empresa dirigida por Gonçalo Moura Martins era de encaixar 50 milhões, mas como houve procura subiu aos 70 milhões.
Foram 212 investidores a aplicar entre 500 e 2 500 euros nas novas obrigações, e 198 na oferta em que trocavam obrigações antigas por novas. No seu prospeto, a Mota-Engil avisava que a rendibilidade poderia não ser positiva para os investidores que subscrevessem até cinco obrigações (2 500 euros), se não tivessem outros títulos na mesma conta – isto por conta dos preçários dos intermediários financeiros.
A maior parte do investimento feito pelos 4 308 investidores que participaram nestas duas obrigações foi entre 3 000 e 10 000 mil euros.
Os investidores que subscrevam as obrigações aceitam, ao manter os instrumentos até à sua maturidade (neste caso, outubro de 2027), uma taxa de juro anual de 5,75%.
Esta operação tem uma ligação à sustentabilidade, que obriga a Mota-Engil a baixar o índice que mede o peso dos acidentes de trabalho; se falhar esse objetivo (passar o índice de 4,55, em 2021, para 2,76, em 2026) pagará 1,25 euros por cada obrigação agora emitida.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes