Economia

Privatização será "decidida no tempo" que sirva "o interesse nacional". Pedro Nuno Santos diz que não houve ziguezague

Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos
NUNO FOX

O Governo não avança nada sobre a privatização da TAP por que "não há nenhum processo em curso". E lembra que afirmou em 2020 e 2021 que não ficaria 100% nas mãos do Estado. Pedro Nuno Santos avisa: não haverá bónus

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, assegurou esta quinta-feira na Assembleia da República, que a operação de privatização da TAP ainda não arrancou e que será "decidida no tempo e no modo que melhor defenda o interesse nacional”.

O governante fez questão de enaltecer os resultados da companhia, para mostrar que tudo estava a correr bem. "A TAP teve resultados operacionais positivos no segundo trimestre" de 2022. É, frisou, um sinal muito positivo e revelador de que o plano de reestruturação está a ser cumprido com eficácia.

Pedro Nuno Santos nada revelou, porém, quando será privatizada da TAP, nem que modelo de privatização será escolhido pelo Executivo. O silêncio sobre os contornos do processo, ou potenciais candidatos foi total. E nesse aspeto o ministro foi mais contido que António Costa, que a 29 de setembro admitiu que o objetivo do Governo era privatizar a TAP nos “próximos 12 meses”.
"Não há nenhum processo em curso", assegurou

Pedro Nuno Santos. E prosseguiu, sublinhando que o Executivo sempre disse que a TAP iria ser privatizado, porque era a forma de que a companhia ser viável, num mercado fortemente competitivo. "Não há nenhum ziguezague", acentuou o ministro.

Pedro Nuno Santos reforçou ainda que o Governo sempre disse que a TAP não ficaria 100% nas mãos do Estado. A questão agora é o porquê de acelerar o processo, perguntaram os deputados. O ministro não explicou.

Deixar cair a TAP era entregar o negócio aos espanhóis

Defendendo que a nacionalização da TAP foi feita “para salvar a companhia da falência”, "e não por capricho ideológico" - argumento que tem usado regularmente - Pedro Nuno Santos afirmou que deixar cair a companhia, seria "entregar um negócio de milhares de milhões de euros a Espanha".

A pressão para privatizar decorrer do facto de o Estado, na sequência do plano de reestruturação, deixar de poder injetar capital na companhia a partir de 2023, durante dez anos. E a TAP tem 700 milhões de euros de emissões obrigacionistas para pagar em 2023 e 2024, o que a obrigará a ir ao mercado levantar dinheiro.

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