A decisão da OPEP+, uma aliança entre a OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) e 10 produtores de petróleo liderados pela Rússia, de aprovar um corte na oferta na casa dos dois milhões de barris por dia a partir de novembro agitou o mercado petrolífero. E veio relembrar os agentes económicos do peso de uma organização cujas decisões têm tido um impacto relevante nos destinos da economia mundial ao longo das últimas décadas.
Criada há 62 anos, a OPEP surgiu principalmente em resposta ao desequilíbrio de forças que marcava o mercado do petróleo no pós-segunda-Guerra Mundial, mercado esse caracterizado pela tremenda concentração de poder económico nas mãos das chamadas “sete irmãs” - as sete empresas multinacionais extratoras que dominavam o comércio da matéria-prima. Muitas delas transformaram-se com o tempo em quatro das maiores petrolíferas do mercado mundial: BP, Shell, Chevron e ExxonMobil.
Com vista a equilibrar a balança, representantes dos governos da Arábia Saudita, Irão, Iraque, Venezuela e Kuwait juntaram-se em setembro de 1960 na capital iraquiana, Bagdade, para uma cimeira que visava encontrar uma solução conjunta. Nascia então a OPEP, cuja missão começou por ser a defesa do “direito inalienável” de um país “exercer uma soberania permanente sobre os seus recursos naturais, a bem do desenvolvimento nacional”.
A estratégia dos cinco fundadores baseava-se em dois eixos fundamentais e interligados: a coordenação coletiva da quantidade de petróleo a ser produzida e oferecida no mercado, de modo a conseguir influenciar o preço do barril, e a nacionalização progressiva das infraestruturas petrolíferas e do próprio processo de extração em território nacional.
Esta visão atraiu muitos dos restantes países exportadores do “ouro negro”, que rapidamente se juntaram à organização. O Qatar foi o primeiro, logo em 1961, seguido da Indonésia, Líbia, dos Emirados Árabes Unidos e da Algéria, que entrou em 1969. Nos anos 70, foi a vez da Nigéria, do Equador e do Gabão. Após um interregno de duas décadas sem novos membros, seguiram-se três países africanos: Angola (2007), Guiné Equatorial (2017) e República do Congo (2018).
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