BCP chama ex-CGD e advogado especializado em banca para a administração
Altina Sebastián e Pedro Ferreira Malaquias, advogado da Uría Menéndez - Proença de Carvalho com anos de experiência no BCP, têm de esperar pelo BCE para iniciar funções
Altina Sebastián e Pedro Ferreira Malaquias, advogado da Uría Menéndez - Proença de Carvalho com anos de experiência no BCP, têm de esperar pelo BCE para iniciar funções
O BCP já encontrou os dois nomes que irão para a sua administração, depois de ter visto os dois dos anteriores propostos terem ficado pelo caminho – um deles, Clara Raposo, para assumir as funções de vice-governadora do Banco de Portugal. Altina Sebastián esteve na concorrente Caixa Geral de Depósitos até ao ano passado e vai dar maior peso internacional ao conselho; Pedro Malaquias volta a estar ligado ao banco onde passou anos da sua vida profissional.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, publicado esta terça-feira, 11 de outubro, “o Banco Comercial Português, S.A. informa que o seu Conselho de Administração, em conformidade com a lei e com os normativos do Banco relativos ao Planeamento de Sucessão, aprovou hoje a cooptação da Profª. Altina Sebastián e do Dr. Pedro Ferreira Malaquias como Administradores não executivos independentes do Banco, preenchendo assim as vagas existentes no Conselho de Administração”.
Altina Sebastián foi administradora não executiva da CGD entre 2018 e 2021 (não ficou para o atual mandato), sendo professora de finanças em várias universidades. Já Pedro Malaquias é sócio do escritório de advogados Uría Menéndez - Proença de Carvalho, especializado em matérias do sector financeiro. Com carreira desde o BPA (banco integrado no BCP), esteve também no próprio BCP no final do século passado, sendo consultor jurídico da Associação Portuguesa de Bancos, de acordo com o currículo do escritório.
Ambos vão agora ter de esperar pela luz verde da supervisão: “A cooptação ficou sujeita à condição suspensiva da obtenção de autorização por parte do Banco Central Europeu para o exercício de funções e será apresentada para ratificação na próxima Assembleia Geral do Banco”.
A atual equipa de administração conta com Nuno Amado como presidente não executivo, e com Miguel Maya como presidente da comissão executiva, responsável pelo dia-a-dia da instituição.
O atual mandato estende-se de 2022 a 2025, e estes dois nomes seguem só agora para o supervisor porque, da equipa que esteve em avaliação – e que já foi aprovada –, tinham caído dois nomes: “Clara Raposo e Teófilo da Fonseca, não foram objeto da avaliação de adequação referida, uma vez que comunicaram, por motivos de ordem pessoal, indisponibilidade para integrarem o Conselho de Administração”.
No caso de Clara Raposo, a desistência deu-se porque acabou por ser convidada para ser vice-governadora do Banco de Portugal – aliás, esta quarta-feira será ouvida na comissão parlamentar obrigatória para que possa exercer tais funções.
O BCP é o segundo maior banco em Portugal, após a pública CGD, tendo presença internacional na Polónia (onde tem vindo a ter problemas pesados por conta de créditos à habitação concedidos indexados ao franco suíço), Angola e Moçambique. Tem a chinesa Fosun como principal acionista, próxima de 30% (tema que tem sido também tenso, devido às dificuldades vividas pelo grupo pela elevada dívida), e a Sonangol, com pouco menos de 20%.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes