O secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, considera que “ter o ISQ -Instituto de Soldadura e Qualidade como parceiro industrial da Aicep Global Parques será certamente uma mais-valia”.
Uma mais-valia “também para a captação de investimento estrangeiro dadas as suas ligações às indústrias tecnológicas e a projetos de investigação e desenvolvimento nas áreas das energias, como o hidrogénio verde”, diz na justificação enviada pelo seu gabinete ao Expresso, na sequência da mudança da estrutura acionista da Aicep Global Parques.
A Aicep Global Parques é a empresa do setor empresarial do Estado especializada na gestão de parques empresariais e na prestação de serviços de localização para investimento nos setores da indústria, energia, logística e serviços em Portugal.
Em particular, desenvolve atividade de gestão dos parques empresariais ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines, BlueBiz - Parque Empresarial da Península de Setúbal e Albiz - Parque Empresarial de Sintra. Uma missão em linha com o objetivo da diplomacia económica do Ministério dos Negócios Estrangeiros de atrair investimento direto estrangeiro produtivo para Portugal.
Na sexta-feira, o Diário de Notícias avançou que o ISQ comprou a posição da Caixa Geral de Depósitos no capital desta sociedade anónima de capitais públicos, prometendo “aportar valor” a Sines.
Segundo o Relatório de Gestão de Contas de 2021 a estrutura acionista da Aicep Global Parques era a seguinte: 91,19% da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (18.406.890 euros), 5,37% do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação (1.084.590 euros), 2,15% da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve (434.265 euros), 0,65% da Câmara Municipal de Sines (130.280 euros) e 0,65% da Caixa Geral de Depósitos (130.280 euros), que agora passam para o ISQ
“O compromisso do ISQ com a economia circular, a transformação digital e a sustentabilidade ambiental e social está alinhado com o que queremos que seja a ação da Aicep Global Parques na captação de investimento estrangeiro”, defende o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.
Nomeadamente de investimento estrangeiro que cumpre os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) “essenciais numa economia que se quer comprometida com o desenvolvimento social e ambiental e com práticas de transparência, inclusividade e dignidade no trabalho”.
No plano de atividades para 2022, a Aicep Global Parques já destacava a relevância dos investimentos previstos na ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines.
“As atividades energeticamente intensivas estão em transformação, com a perspetiva de pequenos investimentos iniciais de novos clientes na produção de eletricidade e gases renováveis, desde logo hidrogénio verde, e sobretudo grandes reforços de investimento de clientes instalados no mesmo sentido da transição verde”, lê-se no plano de atividades para 2022.
Então elencava já vários exemplos de investimentos verdes: “i) a introdução de circularidade económica no lançamento de duas novas fábricas no Complexo Petroquímico de Sines da Repsol Polímeros, com a perspetiva subsequente de uma ecofábrica de reciclagem química; ii) a possibilidade de uma fábrica verde, neutra de PTA to PTE, da Indorama Portugal, com base em hidrogénio verde; iii) a transformação da Central Termoelétrica de Sines a EDP para eletrólise de produção de H2 verde; e iv) a transformação da Refinaria da Petrogal de grey refinery em green energy hub”.
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