Economia

Economistas esperam taxa do BCE entre 3% e 4,5% em 2023

9 outubro 2022 9:07

Christine Lagarde, presidente do BCE, já avisou para novos aumentos dos juros nas próximas reuniões da instituição

wolfgang rattay/reuters

Taxa de juro diretora está em 1,25% e deve subir para 2,5% a 3% até ao início de 2023, dizem os especialistas. Mas há quem admita que possa ir bem mais longe

9 outubro 2022 9:07

Sob forte pressão para subir juros. É este o cenário em que vive o Banco Central Europeu (BCE) face à escalada dos preços na zona euro. Em setembro, a inflação voltou a acelerar e os economistas alertam que não deve dar tréguas até final do ano. Neste contexto, a atual de juro do BCE é demasiado baixa, avisam. Christine Lagarde, presidente da instituição, já afirmou que vêm aí novos aumentos, e os economistas consideram que a taxa diretora deverá situar-se entre 2,5% e 3% até ao início de 2023. Mas, há quem considere que pode chegar a 4,5% no próximo ano. Recessão na Europa é um cenário “provável”.

Em setembro, a inflação na zona euro (medida pela variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) atingiu 10%. São cinco vezes mais do que os 2% de referência do BCE, que tem como mandato a estabilidade dos preços. E a subida vai além da energia e dos produtos alimentares. O indicador de inflação subjacente, que exclui estes produtos com preços mais voláteis, e a que os bancos centrais dão muita atenção, vai já nos 6,1%. “Nos próximos meses a inflação permanecerá possivelmente pressionada em torno dos atuais níveis”, considera Paula Carvalho, economista-chefe do BPI, considerando que “sinais mais evidentes de redução só deverão ocorrer em torno do final do ano na zona euro e durante o primeiro trimestre de 2023 em Portugal”. Já António Afonso, professor do ISEG, considera “razoável esperar alguma contenção do nível de preços na última parte de 2022”.