Governo francês faz novo apelo à calma perante a escassez de combustíveis

Ao 12º dia de greve nas refinarias da Total Energies, a maior petrolífera francesa, uma em cada cinco bombas de gasolina em França tem dificuldades de abastecimento.
O Governo francês fez este sábado um novo apelo à calma perante a escassez de combustíveis num número crescente de postos de abastecimento, especialmente no norte do país, onde cerca de 40% têm penúria de combustível. O movimento reivindicativo arrancou a 20 de setembro nas refinarias do grupo Esso-Exon-Mobil, a que se juntaram os trabalhadores das unidades de refinação da Total, sete dias depois. O movimento grevista reduziu em 60% a capacidade de refinação em França, ou seja 740 mil barris por dia.
Quase um em cada cinco postos de abastecimento tem falta de combustível, segundo a ministra da Transição Energética, Agnès Pannier-Runacher, insistindo que os restantes, mais de 80%, estão a “funcionar normalmente”.
“Libertámos reservas estratégicas. Apelamos à calma e à responsabilidade”, disse, por seu turno, o ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu, à emissora pública FranceInfo.
Os operadores também recorreram às importações de emergência e as autoridades autorizaram excecionalmente os camiões-cisterna a circularem no domingo – dia em que normalmente estão proibidos de trabalhar - a fim de abastecer as estações de serviço.
A escassez deve-se à greve que afeta três refinarias dos grupos petrolíferos Total e Esso, cujos trabalhadores exigem aumentos salariais de 10% que compensem a subida do custo de vida e mais contratações.
A greve na refinaria Esso de Fos (perto de Marselha) começou há 17 dias, enquanto as duas instalações da Total paralisaram na passada terça-feira.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, já tinha apelado à “calma” dos franceses esta sexta-feira.
“Perante a escassez, houve movimentos de pânico e muitos dos nossos compatriotas correram aos postos de abastecimento para encher o tanque por precaução. No entanto, esta atitude acelera o efeito de pânico”, alertou Macron.
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