Economia

Estado angolano deixa de ser acionista do banco da CGD em Angola

Foto: Getty Images
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Sonangol assegurou um valor que corresponde a 46 milhões de euros pela venda dos 25% no Banco Caixa Geral. Uma fatia de 15% foi dividida por acionistas angolanos, outros 10% vão para a bolsa

O Estado angolano fechou a venda da participação acionista indireta no Banco Caixa Geral, a instituição controlada pela Caixa Geral de Depósitos em Angola. Nessa operação, as duas empresas vendedoras do grupo Sonangol arrecadaram 20 mil milhões de kwanzas, cerca de 46 milhões de euros, ao câmbio atual.

De saída estão a Sonangol EP, com 24%, e a Sonangol Holdings, com 1%, como pretendido, numa oferta pública inicial cujos resultados foram divulgados esta quinta-feira, 22 de setembro, pela Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva).

Os acionistas angolanos António Mosquito e Jaime Freitas, que têm já 12% do banco, receberam no âmbito da operação um total de 15% (passam a deter 19,5%), sendo que houve uma parcela de 10% dirigida ao público em geral, outros investidores – aí, houve uma parcela reduzida que foi comprada por trabalhadores e órgãos sociais.

Houve procura superior ao número de ações que estavam disponíveis para o público em geral (já para os trabalhadores e órgãos sociais, o lote não foi totalmente subscrito). Foram satisfeitas 693 ordens de investidores.

A CGD manterá a sua posição de 51%, continuando a ser o acionista maioritário – sendo que agora deixa de ter o Estado angolano como parceiro, passando a ter investidores privados.

Todas as ações do Banco Caixa Geral Angola, o oitavo maior banco angolano na classificação por ativos, passam a ser admitidas à negociação pela Bodiva na próxima semana, dia 29.

A Sonangol está a sair do sector privado, sobretudo de bancos, muito por determinação do Fundo Monetário Internacional (FMI), que quis empurrar o regime de João Lourenço para retirar peso do Estado da economia.

O Banco Caixa Geral Angola foi a segunda cotada na bolsa angolana por via da Sonangol, como também já tinha acontecido com o BAI, de onde saíram a petrolífera e a empresa de diamantes Endiama.

Em Portugal, a Sonangol é a segunda maior acionista do segundo maior banco português, o BCP, tendo 19,4% do capital, havendo há anos abertura para alternativas para essa posição, mas sem concretização.

O banco angolano deu um contributo de 19 milhões de euros de euros para os resultados semestrais da CGD (109 milhões da atividade internacional e 489 milhões consolidados).

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