Economia

Montepio: sem aumentos desde 2020, sindicatos reclamam atualização salarial

Foto: Banco Montepio
Foto: Banco Montepio

Três sindicatos bancários reclamam atualização salarial para os trabalhadores do Montepio, que estão sem aumentos desde 2020, mas rejeitam a proposta da administração de aumento de 0,2% para 2021 e de até 1,5% para este ano

As negociações de revisão salarial para os trabalhadores do Montepio com três sindicatos, nomeadamente o Mais Sindicato, o SBC e o SBN, decorrem desde 2021 e segundo nota dos sindicatos “sem que haja qualquer entendimento devido à intransigência do banco”.

Os três sindicatos acusam o Montepio de em junho de 2021 não ter respondido à proposta feita tendo afirmado que “não haveria atualização salarial”, posição que se manteve “irredutível”.

Os sindicatos acusam o Montepio de “não respeitar quem trabalha” e recordam que os trabalhadores estão sem atualização salarial desde 2020, uma situação que consideram “mais grave ainda face ao agravamento das condições de vida este ano”.

No comunicado o Mais Sindicato, o SBC e o SBN dizem que as negociações estão bloqueadas e que “ponderam o recurso a outros mecanismos”.

Sem acordo à vista

Os sindicatos referem, contudo, que em junho de 2022, o Montepio, presidido por Pedro Leitão, propôs um aumento de 0,2% para 2021 e, para este ano, aumentos de 1,5% até ao nível seis, 1% para os níveis sete a nove, 0,75% para os níveis 10 a 12 e 0,5% para os níveis 13 a 18.

Os sindicatos recusaram esta proposta, considerando-a “uma injustiça para os trabalhadores do banco face aos restantes bancários”. E até agora continuam “sem resposta".

Sindicato apela à génese mutualista do grupo

O Mais, o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro de Portugal (SBN) referem no comunicado publicado esta quinta-feira que “são já vários os bancos que aplicaram medidas de apoio às famílias, para mitigar o impacto do aumento da inflação”. E apelam: “o Montepio, tendo em consideração a sua génese mutualista, não pode deixar de considerar as dificuldades que os seus trabalhadores estão a ter para fazer face ao rápido aumento do custo de vida”.

Estas estruturas concluem que “é urgente obter uma proposta da administração do Montepio que seja efetivamente uma resposta às dificuldades dos trabalhadores (e suas famílias), que em muito têm contribuído para a recuperação do banco e para o retorno aos lucros, que se verificaram em 2021, mas principalmente no primeiro semestre deste ano”.

O Montepio teve lucros nos primeiros seis meses do ano, de 23,3 milhões de euros, contra prejuízos de 33 milhões em igual período de 2021. Este resultado foi o melhor dos últimos 12 anos, desde 2010. O banco liderado por Pedro Leitão abandonou os prejuízos, e reduziu custos e imparidades.

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