No balanço, o presidente executivo da Fundação apresenta números do trabalho feito, desde logo através do programa de bolsas reembolsáveis ISA FJN que disponibiliza 383 cursos em parceria com 38 instituições de ensino e já recebeu 3100 candidaturas, permitindo a 354 portugueses estudar ou a fazer uma reconversão da sua carreira com um investimento de 2,6 milhões de euros.
Destes,188 já terminaram os seus estudos. O destaque vai para a área da tecnologia e programação, a taxa de empregabilidade de 92% e, em média, conseguiram um amento anual superior a 8,5 mil euros no seu salário anual. O valor médio das bolsas é de 7500 euros.
“Uma das nossas prioridades neste projeto é levarmos os portugueses a estudar ao longo da vida, a evoluírem no grau da educação, até porque mais de 40% não terminaram o secundário”, destaca.
Mais auxiliares de educação, menos biólogos
Quanto ao portal Brighter Future, a maior base de conhecimento sobre educação, empregabilidade e competências em Portugal, permite comparar e relacionar dados e informação sobre 4500 cursos e formações, mais de 1800 profissões e outras tantas competências relevantes, disponibilizando um simulador de carreira e informação para ajudar cada um a escolher o seu futuro com base em factos e dados do mercado, da evolução do salário da profissão escolhida a nível nacional e regional aos postos de trabalho existentes ou à taxa de desemprego.
É aqui que podem encontrar-se informações como a que respeita ao aumento de 69% nas ofertas de emprego no último trimestre, face a período homólogo, ou de 3% face ao trimestre anterior. As ofertas para auxiliares de educação em infantários, rececionistas, psicólogos e cargos de direção em áreas como compras ou transportes triplicaram.
Em sentido contrário, as ofertas e emprego para venda ambulante, biólogos ou diretores de indústrias de construção e engenharia civil caíram 50%.
“ Os jovens chegam hoje ao mercado de trabalho com um salário inferior ao dos jovens de há 10 anos atrás”, afirma Carlos Oliveira, presidente da Fundação José Neves
Entre as preocupações do momento, Carlos Oliveira destaca a pressão da inflação e o seu impacto no poder de compra e na qualidade de vida dos portugueses. “Sabemos que o salário dos portugueses com ensino superior caiu 11% numa década. Com a inflação, teremos um contexto ainda mais difícil do que era suposto”, diz para acrescentar: “no caso dos jovens o problema acentua-se. Os jovens chegam hoje ao mercado de trabalho com um salário inferior ao dos jovens de há 10 anos atrás. Estamos a falar de um futuro adiado”.
Empenhada “em continuar a avançar no longo caminho de ajudar Portugal a ter a educação e o desenvolvimento pessoal na agenda”, a FJN quer, também, atrair novos parceiros para esta causa e “para amplificar o seu impacto”.
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