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Indústria Automóvel: “Temos de nos habituar a gerir em permanente instabilidade”, diz o presidente da Opel

Indústria Automóvel: “Temos de nos habituar a gerir em permanente instabilidade”, diz o presidente da Opel
D.R.

De passagem por Lisboa, o recém-eleito presidente da marca germânica, diz que “a incerteza é o novo normal”, e acrescenta que até 2024 quer ter todos os modelos da Opel eletrificados

Aumento dos custos da energia, falta de componentes em geral e de semicondutores em particular, inflação, subida das taxas de juro. “Temos de nos habituar a gerir num ambiente de permanente instabilidade e de volatilidade constante. A incerteza é o novo normal”, nota Florian Huettl, presidente executivo da Opel.

O gestor alemão de 45 anos, que ontem esteve em Lisboa, assumiu em junho os comandos da marca automóvel que agora comemora os 160 anos.

Florian Huettl explica que a Opel - que saiu do universo da General Motors para integrar o grupo Stellantis, liderado pelo português Carlos Tavares -, até 2017, passou um “mau bocado” em termos financeiros. A partir desse momento houve uma viragem na estratégia de gestão e a empresa apresenta-se agora com contas equilibradas e regressou aos lucros.

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Sem adiantar valores, Florian Huettl, admite que em 2022, porém, com o impacto de todas aquelas variáveis macroeconómicas e com a guerra na Ucrânia os objetivos traçados no inicio do ano poderão não ser totalmente alcançados, “até porque tivemos fábricas paradas várias vezes por falta de componentes”. Mas, insiste, “a empresa agora está bem, com uma base financeira saudável e estamos a seguir uma estratégia claramente ganhadora”.

O gestor acrescenta que, desde 2017/18, “não só regressámos aos lucros, como passámos a dar um ‘contributo significativo’ aos resultados do grupo Stellantis”.

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Até 2024 todos os modelos Opel estarão eletrificados

Uma das linhas da estratégia de Florian Huettl é a da eletrificação dos modelos da marca que agora lidera, e orgulha-se de dizer que já dispõem, no mercado, de 12 modelos elétricos ou híbridos.

Até 2024 todos os modelos da Opel serão eletrificados e quatro anos depois espera vender apenas carros elétricos no mercado europeu, para onde vai a maioria esmagadora da produção da marca germânica (cerca de 90%).

Nos mercados do norte de África e do Médio Oriente continuarão a ser comercializados modelos Opel com motores a combustão, assim haja procura para eles. Florian Huettl nota que desde 2017 a marca conseguiu entrar em 17 novos mercados e com especial sucesso na Turquia.

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5% das vendas já são feitas online

Cerca de 5% das vendas da marca, a nível internacional, já são feitas online e, segundo o gestor, “com tendência para aumentarem” nesta plataforma.

Em relação a Portugal, o presidente da Opel explica que, além de estar a produzir o modelo comercial Combo, na fábrica de Mangualde, as vendas da marca, em geral, aumentaram 21% em 2021, o que trouxe a Opel de volta ao top 10 das marcas mais vendidas no mercado nacional.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt

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