Os preços do petróleo nos mercados internacionais estavam esta quarta-feira a cotar a níveis de janeiro, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, depois da divulgação de uma série de dados económicos ter reforçado a ideia de que as economias mundiais estão à beira de uma recessão, o que implicará uma redução do consumo de crude.
Na tarde desta quarta-feira, 7 de setembro, o barril de Brent, a referência para a Europa, cotava nos 88,5 dólares, uma queda de 4,7%. Um preço que já não era visto desde o final de janeiro. Também em mínimos de janeiro deste ano estava o barril WTI, a cotar nos 82,7 dólares, com uma queda de preço de 4,8%.
A invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro, e as sanções impostas a Moscovo, levaram ao encarecimento do petróleo nas praças internacionais ao desaparecer o crude russo de um mercado dominado pelo Ocidente.
Porém, a retaliação russa ao cortar o fornecimento do gás à Europa através do Nord Stream 1 implicou um novo aumento dos preços da energia, já desde 2021 a bater recordes devido à recuperação da atividade económica no pós restrições da pandemia. A escassez energética na Europa é de tal forma grave que ameaça a laboração de indústrias intensivas em energia como a do alumínio e que pode obrigar ao racionamento de energia no inverno que se avizinha.
A isto soma-se a estratégia agressiva de subidas das taxas de juro dos grandes bancos centrais mundiais: estima-se que tanto a Reserva Federal dos Estados Unidos como o Banco Central Europeu aumentem em 75 pontos-base as taxas de juro de referência, continuando o ciclo de contração da política monetária para conter uma inflação em máximos de várias décadas.
Estes desenvolvimentos estão a ter impacto nas economias mundiais e a aumentar possibilidade de mais abrandamentos nas atividades económicas, ou de recessões, nos próximos meses. Uma contração do produto interno bruto dos países significará menos consumo de crude.
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