Economia

O pior ainda está para vir, avisa o CEO da Uniper, sobre o fim do gás russo na Europa

O pior ainda está para vir, avisa o CEO da Uniper, sobre o fim do gás russo na Europa
Getty Images

O presidente executivo da Uniper, maior importadora e armazenadora de gás da Alemanha, disse que o pior ainda está para vir para a Europa após o corte de fornecimento feito pela Gazprom

A Rússia fechou as torneiras do gás natural para a Europa e os preços nos mercados internacionais dispararam, com os governos do continente a tomarem medidas de emergência para mitigar os impactos de mais uma escalada nos preços da energia.

Mas o pior ainda está para vir, garante o presidente executivo (CEO) da Uniper, a empresa que mais importa e armazena gás na Alemanha e que já teve de ser resgatada por não conseguir suportar os preços do gás nos mercados internacionais com a saída do gás russo da cena europeia.

Em entrevista à CNBC na conferência Gastech, a decorrer em Milão, Itália, Klaus-Dieter Maubach, disse que “o que vemos no mercado grossista é 20 vezes acima do preço que víamos há dois anos. Vinte vezes. É por isso que acho que temos mesmo de ter um debate aberto com todos os responsáveis sobre como resolver isto".

“Já disse isto várias vezes ao longo deste ano e estou a explicar isto aos decisores políticos. O pior ainda está para vir”, vincou.

Depois de ter defendido a parceria da Uniper com a Gazprom, que já vem dos anos 1970, mesmo após a invasão de 24 de fevereiro, Klaus-Dieter Maubach disse agora à CNBC que "em retrospetiva talvez tenha sido um erro pensar que o gás não seria usado. Talvez tenha sido uma ilusão (…) Creio que esta parceria está destruída e não creio que a possamos reestabelecer nas próximas semanas, meses, e anos. Pelo que o nosso foco é na substituição do gás russo".

A Uniper já foi alvo, em julho, de um resgate de 15 mil milhões de euros pelo governo alemão. Na semana passada solicitou mais 4000 milhões de euros a Berlim, incapaz de fazer frente ao aumento dos preços do gás nos mercados internacionais depois de ter perdido o seu principal fornecedor, a Rússia, que lhe vendia gás abundante e barato.

A Gazprom fechou a torneira do gasoduto Nord Stream 1, exigindo o levantamento das sanções em troca da reabertura. A Alemanha, que dependia fortemente do gás russo e que já está com um plano de poupança energética em vigor, voltou a fazer contas à vida, em particular sobre a sua indústria, que já se diz impossibilitada de laborar devido à subida dos custos energéticos.

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