Gazprom acorda com a China pagamento de gás em yuans e rublos

A Gazprom acordou com a China National Petroleum Corporation o pagamento em yuans e rublos, em vez de dólares, do fornecimento de gás à China através do gasoduto Força Siberiana
A Gazprom acordou esta terça-feira, 6 de setembro, com a China National Petroleum Corporation (CNPC) o pagamento em yuans e rublos, em vez de dólares, do fornecimento de gás à China através do gasoduto Força Siberiana, anunciou o consórcio estatal russo.
Em comunicado, a gigante de energia russa adianta que o acordo – celebrado entre o presidente da CNPC, Dai Houliang, e o presidente executivo (CEO) da Gazprom, Alexei Miller – foi alcançado durante uma videoconferência.
"Durante a reunião foram assinados acordos adicionais ao contrato de compra e venda de gás a longo prazo na rota oriental, ou seja, o gasoduto Força Siberiana", avança a Gazprom.
"Em particular, foi feita uma transição com vista à realização de pagamentos do fornecimento de gás à China nas moedas nacionais dos países: rublos e yuans", acrescentou.
Citado no comunicado, publicado na conta Telegram da Gazprom, Miller afirma que "o novo mecanismo de pagamento é uma solução prática, confiável, oportuna e mutuamente benéfica".
"Creio que simplificará os cálculos, converter-se-á num excelente exemplo para outras empresas e dará um impulso adicional ao desenvolvimento das nossas economias", diz.
A Rússia já exigiu em março que, a partir de 1 de abril, os países europeus pagassem em rublos pelo gás russo, em resposta à desconexão de vários bancos russos do sistema interbancário internacional ‘Swift’, mas vários recusaram fazê-lo, incluindo a Bulgária e a Polónia, pelo que a Gazprom lhes cortou o fornecimento.
Nos últimos meses, a gigante russa de gás suspendeu total ou parcialmente o fornecimento a 12 Estados-membros e interrompeu o trânsito de gás através do gasoduto ‘Nord Stream’ em várias ocasiões durante o verão, devido a alegadas obras de manutenção.
Na sexta-feira passada, acabou por interromper o fornecimento por tempo indeterminado, alegadamente devido a uma suspeita de fuga de óleo na única estação de compressão que ainda estava em operação, algo que a União Europeia classificou de "falácia"
No contexto de guerra na Ucrânia, a energia tem estado no centro de um braço-de-ferro entre Moscovo e os países ocidentais, que acusam a Rússia de utilizar o gás "como uma arma".
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