A crise de energia que a Europa está atualmente a viver depois de se ter visto privada repentinamente de gás natural russo pode durar vários anos, o que significa racionamentos de energia nos próximos invernos. Esta é a opinião do presidente executivo da petrolífera Shell, Ben van Beurden, citado pelo Financial Times esta segunda-feira, 29 de agosto, numa época em que os preços do gás renovam recordes de sempre nos mercados europeus.
A escassez vai durar mais do que “apenas um inverno”, o que vai testar o compromisso da Europa com a vontade de acabar com a dependência do gás russo e a cooperação entre países, já que vai ser necessário escolher os setores industriais prioritários, alertou, segundo o jornal britânico.
“Pode bem ser haja uma série de invernos nos quais tenhamos de encontrar soluções através de poupanças de eficiência, através de racionamento, e através do desenvolvimento muito, muito rápido de alternativas (…). Que isto vai ser fácil, ou que vai acabar, acho que é uma fantasia que devemos pôr de lado”, disse van Beurden.
O responsável prestou declarações na apresentação de um projeto de captura de carbono na Noruega, em conjunto com a TotalEnergies, a Equinor e a empresa norueguesa de fertilizantes Yara.
Já o presidente executivo da Total, Patrick Pouyanné, presente no evento, disse que “os decisores políticos europeus têm de pensar sem gás russo e se pensarem sem ele iremos conseguir gerir a situação (…), há suficiente energia neste planeta para vivermos sem ele", acrescentou.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes