Economia

Sindicato prevê 100 cancelamentos devido à greve na Portway. Lisboa e Porto são aeroportos mais afetados

Sindicato prevê 100 cancelamentos devido à greve na Portway. Lisboa e Porto são aeroportos mais afetados
MIGUEL A. LOPES

Adesão à greve dos trabalhadores da Portway varia entre 40% em Faro e 90% em Lisboa, estima o SINTAC. Portway afirma que a adesão está abaixo dos 10%. EasyJet entre as companhias com mais voos cancelados

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) prevê que venham a ser cancelados 100 voos, devido à greve dos trabalhadores da Portway que começou esta sexta-feira e irá prolongar-se até domingo.

Lisboa e Porto têm estado a ser os aeroportos mais afetados esta sexta-feira, sendo a EasyJet uma das companhias que mais voos cancelou.

O SINTAC estima que a greve de trabalhadores da Portway está a ter uma adesão de cerca de 90% em Lisboa, 85% no Porto, entre 60 e 70% no Funchal e entre 40 e 50% em Faro.

Já a Portway afirma em comunicado que a greve convocada pelo SINTAC teve uma adesão inferior a 10%. "Sendo uma greve setorial, da assistência em terra às companhias aéreas, está a provocar cancelamentos de voos nas operações assistidas pela Portway nos aeroportos de Lisboa e Porto. Nos aeroportos de Faro e Funchal não são esperados constrangimentos", avança a empresa de assistência em terra, controlada pela Vinci.

A greve dos trabalhadores da Portway foi marcada no âmbito de uma ação de luta contra o que o SINTAC diz serem "baixos salários", a política de recursos humanos, "o não pagamento de forma legal dos feriados" e o "incumprimento dos acordos de empresa".

Pedro Figueiredo, responsável sindical do SINTAC, salientou, em declarações aos jornalistas, que a greve "demonstra bem o descontentamento" dos trabalhadores, que esperam que, com esta ação, a empresa se mostre "aberta ao diálogo".

Pedro Figueiredo esclareceu que a Portway, empresa de assistência em terra em aeroportos do grupo Vinci, tem cerca de 1200 trabalhadores efetivos e mais cerca de 1200 trabalhadores contratados a empresas de trabalho temporário, com alguns deles a ocupar cargos de chefia.

Segundo o sindicato, estão a ser contratados trabalhadores externos com "experiência quase nula", uma situação que já denunciaram à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), não tendo obtido ainda resposta.

Concluída a greve o sindicato fará o balanço, para decidir a melhor forma de continuar a luta pelas suas reivindicações.

Cerca de metade dos voos cancelados em Lisboa são operados pela EasyJet. Segundo a Portway estavam previstos cancelamentos também da Aegean, Air Canada, Air Transat, American Airlines, Blue Air, Brussels, Cabo Verde Airlines, Euroatlantic, European Air Transport, Eurowings, Finnair, Flyone, Latam, Luxair, Swiftair, Transavia, Transavia France, Tunisair, Turkish Airlines, Volotea e Wizzair.

O SINTAC denunciou ainda esta sexta-feira ao Governo e à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) a contratação de serviços externos à Groundforce para a substituição de grevistas na Portway, Uma acusação que a empresa nega.

Os serviços contratados são os de push-back (trator que empurra os aviões para a pista), precisou a estrutura sindical, que considera ilegal o recurso a outras empresas para colmatar trabalho que deixou de ser feito por causa da greve. Pedro Figueiredo disse ao Expresso que o SINTAC estava a ponderar fazer queixa à PSP.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da Portway garantiu que a empresa "não contratou serviços externos para fazer face à greve", notando que "quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e os aeroportos".

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