Economia

Fundos europeus não acabam após 2030

26 agosto 2022 8:48

Joana Nunes Mateus

Joana Nunes Mateus

textos

jornalista

european union 2022

Margarida Marques, vice-presidente da Comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu, diz em entrevista ao Expresso que o “Portugal 2030 não será o último envelope” a vir de Bruxelas, contrariando o primeiro-ministro António Costa

26 agosto 2022 8:48

Joana Nunes Mateus

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jornalista

A eurodeputada socialista Margarida Marques — vice-presidente da Comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu e antiga secretária de Estado dos Assuntos Europeus no primeiro Executivo de António Costa — não está tão pessimista como o primeiro-ministro quanto ao impacto da adesão à União Europeia (UE) da Ucrânia e de mais países a Leste. Mas avisa que o atual orçamento comunitário para 2021/27 deve ser revisto já em 2023 para fazer face à guerra e ao aumento do custo de vida dos europeus.

O Portugal 2030 é o nosso sexto quadro comunitário. Estes €23 mil milhões serão o último grande envelope a que teremos direito devido à adesão à UE da Ucrânia e de mais países a Leste?

O Portugal 2030 não será o último envelope de que o país beneficiará. Algumas pessoas é que têm hoje o mesmo discurso que ouvíamos antes do grande alargamento em 2004: que um orçamento a dividir, não por 15 Estados-membros, mas por 25, 27 ou 28 poria em causa o financiamento. Se entrarem novos países, haverá mais despesa, mas também terá de haver mais receita. Não será o mesmo ‘bolo’ a repartir por mais Estados-membros. Terá de haver toda uma nova lógica orçamental.