25 agosto 2022 23:45

Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP
ricardo lopes
Empresa reduziu os prejuízos a menos de metade apoiada no corte dos custos com os trabalhadores. Galope dos preços de jet fuel penaliza
25 agosto 2022 23:45
É forte o peso dos bilhetes vendidos pela TAP cujos voos ainda estão por realizar — o montante saltou para €1,064 mil milhões no final do primeiro semestre deste ano e representa 18% do passivo da transportadora. Um valor que não tem parado de subir nos últimos dois anos e meio, ora por causa da pandemia, que obrigou a companhia a ficar em terra e passageiros a adiar voos, ora porque os cancelamentos que este verão subiram em flecha, graças aos problemas generalizados nos aeroportos europeus e à falta de trabalhadores, fizeram com que alguns passageiros não voassem.
Em 2021, os chamados documentos pendentes de voo situavam-se nos €644 milhões e meio ano depois já eram superiores em €420 milhões. Um aumento impressionante, sobretudo se comparado com os €481 milhões registados em 2019. Tem sido uma bola de neve. Nuno Azevedo, analista financeiro independente que acompanha as contas da TAP, considera preocupante este número. E explica porquê. “Os constrangimentos nos aeroportos começaram e prolongaram-se por junho, julho e agosto, o que significa que este valor continuará a subir.” Ao Expresso, o administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, sublinhou que este número incluiu vouchers de voos, que se arrastam desde a pandemia, uma situação que, sublinhou, tem estado a ser resolvida e que não é significativa. O problema dos bilhetes vendidos com voos por realizar é algo que a equipa liderada por Christine Ourmières-Widener (CEO) terá de enfrentar, numa companhia a braços com um plano de reestruturação que a empurra para um braço de ferro com os trabalhadores.