A AHRESP - Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal posicionou-se esta quinta-feira contra a hipótese de redução de horários das lojas como medida para poupar energia, defendendo que se trata de uma solução "despropositada e fortemente penalizadora para as atividades da restauração, similares e do alojamento turístico".
A associação propõe antes, num comunicado divulgado esta quinta-feira, que o Estado reforce os apoios à eficiência energética.
"Após dois anos de pandemia, com impactos acrescidos no canal HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés], o momento é de intensa laboração. A época trouxe o tão desejado pico na atividade das nossas empresas, mas que está a revelar-se insuficiente para a recuperação das tesourarias, pois o contexto inflacionista e de aumento galopante dos custos está a esmagar as margens de negócio", contextualiza a AHRESP.
A associação diz que é "determinante" que no âmbito do Plano de Poupança de Energia e Eficiência Hídrica sejam "disponibilizados programas de apoio à eficiência energética, especificamente direcionados para os setores da restauração, similares e do alojamento turístico".
A AHRESP assegura que as empresas suas associadas "há muito que têm implementado medidas de redução do consumo de energia", com a realização de auditorias energéticas e uma campanha de substituição dos motores elétricos convencionais dos sistemas de refrigeração por motores de comutação eletrónica.
"O contributo das empresas da restauração, similares e do alojamento turístico para a redução de 7% no consumo de energia, não pode passar por restrições ao funcionamento das nossas atividades, como seja a redução de horários, nem por quaisquer outras obrigações que se revelem penalizadoras para as nossas atividades económicas", realça ainda a AHRESP.
Recorde-se que os Estados-membros da União Europeia acordaram em trabalhar para promover no curto prazo reduções no consumo de gás, de forma a reduzir a dependência europeia do gás russo.
Em Portugal, e outros países, isso poderá traduzir-se num compromisso para fazer baixar o consumo de gás em cerca de 7%, o que pode ser conseguido parcialmente através de um menor consumo de eletricidade, já que boa parte da produção de energia elétrica vem de centrais de ciclo combinado alimentadas a gás natural.
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