Economia

Algumas instituições financeiras rejeitam o pedido de Pequim para apoiar o setor imobiliário

Pequim, China
Pequim, China
CARLOS GARCIA RAWLINS/REUTERS

Há instituições financeiras chinesas a rejeitar os pedidos do governo para apoiar o setor imobiliário. Algumas estão até a reduzir as suas participações em títulos imobiliários desde o início do ano

Algumas das instituições financeiras chinesas que são apoiadas por Pequim estão a rejeitar os pedidos do governo para apoiar o setor imobiliário que se está a afundar, devido ao possível impacto que tal apoio poderia ter nos balanços das empresas, escreve a agência de notícias "Reuters".

Segundo duas fontes ouvidas por aquela agência noticiosa, aprovar o apoio financeiro a promotores imobiliários em dificuldades tornou-se uma preocupação, já que os funcionários são cada vez mais responsabilizados pelas autoridades por decisões más de empréstimos e investimentos.

O setor imobiliário da China, que responde por cerca de um quarto da economia, está a viver uma crise que se iniciou em 2020 e que se tem vindo a agravar, com promotores a não pagar as suas dívidas, projetos de construção parados e clientes a deixar de pagar as suas hipotecas.

A relutância de alguns credores chineses mostra os desafios e as opções limitadas que Pequim tem para resolver os problemas do setor.

Embora o Banco Popular da China (PBOC) tenha incentivado empresas financeiras apoiadas pelo Estado a apoiar a captação de recursos por promotores imobiliários mais fortes, até agora absteve-se de emitir ordens mais concretas.

Funcionários de dois bancos estatais e três gestores de ativos apoiados pelo Estado disseram que estão a reduzir as suas participações em títulos imobiliários desde o início do ano, apesar das orientações que receberam para apoiar o setor.

Os empréstimos concedidos por bancos chineses a promotores imobiliários caíram 36,8% em julho, segundo cálculos da agência de notícias.

Por outro lado, a emissão de títulos onshore em julho subiu 4,2% em relação a junho, para 32 mil milhões de yuans (4,7 mil milhões de euros).

As empresas financeiras chinesas costumam ser os principais assinantes destes títulos, mas desta vez não. "Não podemos dar-nos ao luxo de enfrentar a volatilidade", disse um analista de crédito de uma gestora de ativos com sede em Xangai e apoiada pelo Estado.

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