Economia

Seguradoras conseguem lucros de €320 milhões no semestre, mais que em todo o ano de 2019

Seguradoras conseguem lucros de €320 milhões no semestre, mais que em todo o ano de 2019
NUNO BOTELHO

Sector obteve menos receitas na produção de seguros, mas também registou menos custos com os sinistros no primeiro semestre

Num período de guerra na Europa e de instabilidade nos mercados, as seguradoras a operar em Portugal alcançaram lucros de 320 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que corresponde a uma melhoria de 1,5% em relação aos 315 milhões alcançados no mesmo período de 2021, de acordo com o mais recente relatório da atividade seguradora divulgado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

O desempenho do sector é ainda mais positivo quando se recuam mais anos e o lucro semestral é até superior aos 302 milhões de euros que as companhias seguradoras em Portugal conseguiram em todo o ano de 2019.

Segundo o relatório da ASF, “no final do segundo trimestre de 2022, a produção de seguro direto relativa à atividade em Portugal apresentou, em termos globais, uma diminuição de 0,9% face ao período homólogo de 2021”. O ramo Vida, que engloba os planos poupança reforma (PPR) e outros produtos de poupança, cedeu 7,1%, enquanto os ramos Não Vida, como acidentes de trabalho, automóvel ou saúde, cresceram 6,7%.

Mas se houve menor produção de seguros, houve também menos custos com acidentes que obrigassem ao desembolso: “os custos com sinistros verificaram uma diminuição de 20,4%, em resultado do decréscimo de 30,7% no ramo Vida”. Explica-se, segundo a ASF, “pelo facto de, nos dois últimos anos, ter ocorrido um volume elevado de vencimentos de contratos de seguros financeiros”, o que não se verificou no início de 2022.

A nível de solvência houve um ligeiro recuo do rácio de cobertura do chamado Requisito de Capital de Solvência, que passou de 207% para 205% em seis meses. Este rácio mede o “montante de fundos próprios necessários para a absorção das perdas resultantes de um evento de elevada adversidade”.

Carteiras de investimento perdem valor

“Em junho 2022, o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF totalizou 47,4 mil milhões de euros, valor que é inferior em 7,8% em relação ao do final de 2021”, segundo o relatório.

A descida deve-se, sobretudo, à perda do valor das obrigações de dívida pública e dos fundos de investimento, que são as categorias em que o dinheiro mais é aplicado, a par das obrigações de dívida privada (de empresas).

Num outro relatório, a ASF também refere que "as carteiras de investimento dos fundos de pensões eram constituídas maioritariamente por títulos de dívida (47%), seguindo-se os fundos de investimento (37%)". "Imóveis (8%), depósitos bancários (4%) e ações (4%) continuam a ser as categorias com menor peso", continua.

Os montantes geridos pelos fundos de pensões registaram, no fim do segundo trimestre, "uma quebra de 9,5% em relação ao final de 2021, totalizando 21,8 mil milhões de euros".

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