A gestora de redes energéticas finlandesa, a Fingrid, alertou esta terça-feira, 23 de agosto, que a Finlândia deverá preparar-se para cortes no fornecimento durante o próximo inverno devido à "situação excepcional do mercado energético" nascida da invasão da Ucrânia pela Rússia.
"A guerra na Europa e a situação excepcional no mercado energético aumentaram as incertezas em relação à disponibilidade da eletricidade. Como resultado destas grandes incertezas, os finlandeses deverão preparar-se para cortes de energia provocados por possíveis falhas de eletricidade no próximo inverno", avisa a gestora de redes, congénere da portuguesa REN, em comunicado.
A estimativa da Fingrid é de um consumo de 15.100 megawatts (MW) no pico de consumo do próximo inverno, em linha com a estimativa do inverno anterior. A gestora de redes prevê cobrir as necessidades energéticas com a produção doméstica que, no pico da capacidade, deverá gerar 12.300 MW, aos quais se acrescentam 600 MW de reserva energética.
A Fingrid prevê começar a operar o terceiro reator da central nuclear Olkiluoto no final do ano, que irá, segundo a gestora de redes, compensar a energia da vizinha Rússia que deixou de ser uma possibilidade com a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro.
Contudo, há riscos que podem afetar a estabilidade dos fornecimentos e provocar interrupções no fornecimento como atrasos na entrada em serviço do terceiro reator da Olkiluoto, o que iria "reduzir de forma significativa" a capacidade elétrica no país.
A dificuldade de recorrer a antigos vendedores como a Suécia e a Estónia, hoje também eles com dificuldades em termos energéticos; falta de vento que possa comprometer a geração de energia eólica; dificuldades na geração de energia em centrais elétricas ou problemas nas conexões de eletricidade são eventuais fatores de perturbação.
O que, durante momentos energeticamente exigentes como vagas de frio, pode resultar em escassez caso não haja disponibilidade para importar a energia que falta no sistema.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pcgarcia@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes