Economia

Campos minados e devastados pela guerra reduzem produção de cereais na Ucrânia

Campos minados e devastados pela guerra reduzem produção de cereais na Ucrânia
Dmytro Smolyenko/Ukrinform/Future Publishing/Getty Images

As exportações, na campanha de comercialização de 2022/2023, podem ainda ascender a 32,8 milhões de toneladas, desde que a rota marítima seja preservada

A Associação Ucraniana de Produtores de Cereais atualizou sua previsão de colheita para o ano atual, reduzindo-a para 64,5 milhões de toneladas. Isto fica a dever-se principalmente a uma diminuição de quase um milhão de hectares de área semeada (para 18 milhões de hectares).

De acordo com os responsáveis daquela associação, “apesar da tenacidade e coragem dos agricultores ucranianos”, existem obstáculos objetivos à colheita em áreas minadas, ocupadas, assim como colheitas destruídas. A previsão de safra anterior daquela associação era de 69,4 milhões de toneladas.

As exportações da Ucrânia, nestas condições, na campanha de comercialização de 2022/2023 podem ainda ascender a 32,8 milhões de toneladas, desde que a rota marítima de exportação seja preservada e a capacidade de travessia nas fronteiras da Ucrânia seja aumentada.

Apesar de tudo, a safra de trigo na Ucrânia este ano pode situar-se na casa dos 19 milhões de toneladas – contra 10 milhões na campanha anterior. A exportação de trigo em 2022/2023, levando em conta os stocks finais, pode chegar a cerca de 10 milhões de toneladas.

A previsão para a safra de cevada diminuiu e é de 5,4 milhões de toneladas (em 2021 – 10,1 milhões de toneladas), e as exportações em 2022/2023 podem ser esperadas no nível de 2 milhões de toneladas.

Já a safra de milho, uma das mais prejudicadas na nova temporada, pode ser esperada em níveis próximos de 24 milhões de toneladas (no ano passado 37,6 milhões de toneladas), enquanto as exportações podem chegar a cerca de 10 milhões de toneladas.

Em geral, a exportação de cereais e oleaginosas em 2022/2023 “pode ser esperada nos níveis indicados, se o trabalho dos portos ucranianos do Mar Negro para exportação for preservado”, notam os responsáveis daquela associação de produtores.

E dizem ainda que “exportar cereais pelos portos ucranianos e garantir a segurança da navegação no Mar Negro é a única maneira de fornecer cereais ucranianos de forma rápida e eficiente a países que precisam desesperadamente deles”.

De recordar que, segundo estimativas da ONU, a falta e o alto custo dos alimentos podem causar fome em muitos países pobres do mundo, protestos e tumultos em massa e, como resultado, migração em massa de pessoas de países africanos e do Oriente Médio para a UE.

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