20 agosto 2022 22:42
Seguros de proteção na doença assumiram €829 milhões de despesa no ano passado. Em média, o encargo ascende a €267 por pessoa
20 agosto 2022 22:42
Mais de três milhões de pessoas têm um seguro de saúde em Portugal. O número é crescente e 2021 não foi exceção: de acordo com dados da Associação Portuguesa de Seguros (APS), os contratos terão crescido 3,5%, em termos homólogos, com os particulares a mostrarem uma maior dinâmica (5,5%) do que as apólices de grupo (3,2%). Porém, isso não quer dizer que as companhias tenham uma participação significativa no financiamento dos cuidados médicos em Portugal.
A Conta Satélite da Saúde, do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra que os seguros privados respondem por 3,5% da despesa global com saúde. “Embora frequentemente se coloque destaque na discussão pública de que 30% a 40% dos residentes em Portugal têm algum tipo de seguro (consoante a fonte), as sociedades de seguros não são mais do que 3,5% do financiamento total do sistema de saúde, enquanto as despesas financiadas diretamente pelas famílias estão nos 28,6% — as faturas com farmácia, que dependem das políticas de comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), são a segunda maior fatia desse encargo e as despesas com consultórios e ambulatório privado continuam a ser muito elevadas (um pouco menos de 40% das despesas diretas das famílias, números de 2020)”, analisa Pedro Pita Barros, economista especialista no sector da saúde e também professor na Nova SBE.