Moçambique vai começar a exportar gás natural liquefeito e o primeiro petroleiro deverá chegar ao país africano para o primeiro carregamento no dia 24 de agosto, de acordo com notícia da Bloomberg desta sexta-feira, 19 de agosto.
O petroleiro British Mentor, de transporte exclusivo de gás natural liquefeito, é propriedade da energética britânica BP, e deverá chegar na próxima quinta-feira à plataforma flutuante da petrolífera italiana Eni, construída ao largo da costa norte de Moçambique, de seu nome Coral-Sul, que deverá produzir 3,4 milhões de toneladas métricas de gás natural liquefeito.
A Coral-Sul foi desenvolvida pela Eni num investimento equivalente a perto de 7 mil milhões de euros. A BP adquiriu à Eni, em 2016, toda a produção de gás da Coral-Sul nos próximos 20 anos, segundo a agência.
A energética italiana prevê construir uma segunda plataforma flutuante para ficar pronta em menos de quatro anos. Entretanto, a Eni revelou à Bloomberg que irá comunicar as primeiras exportações a partir da Coral-Sul em breve ao mercado.
O sucesso do projeto da Eni em Moçambique contrasta com a suspensão do projeto da Total em Cabo Delgado de exploração de gás natural liquefeito em 2021 devido aos ataques jihadistas no norte de Moçambique, que mataram milhares de pessoas e deslocaram mais de 700 mil numa crise humanitária que dura desde 2017.
Moçambique vai começar a exportar gás na melhor altura: os preços deste hidrocarboneto estão em máximos históricos (e deverão continuar a subir) com a enorme procura dos países europeus e asiáticos, privados do abundante gás russo depois da invasão da Ucrânia por Moscovo.
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