A Gazprom, a empresa estatal russa de prospecção e venda de gás, anunciou esta sexta-feira, 19 de agosto, que não vai fazer entregas de gás aos países europeus de 31 de agosto a 2 de setembro através do gasoduto Nord Stream 1, alegando motivos de manutenção.
Uma paragem imprevista que aumenta a instabilidade energética num continente já em situação de grave crise e às portas de um inverno em que se antecipa escassez de gás, com as capitais europeias a acusar Moscovo de usar o fornecimento de gás como forma de pressionar a Europa e enfraquecer o apoio à Ucrânia, invadida pela Rússia a 24 de fevereiro.
Cortes prolongados implicariam o encarecimento da energia elétrica e a passagem desse custo para o resto da economia, agravando ainda mais a taxa de inflação, atualmente em máximos de várias décadas na Europa.
Esta será a segunda paragem não programada do Nord Stream 1 depois de um período de manutenção de dez dias em julho. Desde então, o fluxo de gás fornecido à Alemanha diminuiu em um quinto "por motivos técnicos", alega a Gazprom, recusados por Berlim como uma desculpa numa altura em que corre para encher as suas reservas para assegurar um inverno mais ou menos descansado para as suas indústrias.
Preço do gás dispara
O preço do gás europeu continuou a aumentar esta sexta-feira atingindo um novo recorde no encerramento. A dificuldade da União Europeia em acumular reservas suficientes para poder prescindir das exportações russas durante o inverno fez com que o preço dos futuros do gás TTF na Holanda (de referência na Europa) atingisse 257,40 euros, um nível inédito.
“É preciso fazer manutenção a cada 1000 horas” de operação, indicou, em comunicado, a russa Gazprom, acrescentando que a unidade de compressão de gás Trent 60 ficará parada durante três dias e que a manutenção contará com a participação de técnicos da Siemens.
Após este período, o fornecimento será retomado com um nível de 33 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
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