A segunda semana de agosto marcou o início da aplicação das medidas de poupança energética em Espanha, em antecipação a um inverno que vai ser de escassez na Europa. E a redução no consumo de eletricidade foi de 3,7% no período de 8 a 14 de agosto já com as primeiras medidas em curso, que visam contribuir para uma redução de 7% no consumo de gás natural (parte do qual usado para produzir eletricidade) que foi acordado com Bruxelas, revelou a ministra espanhola para a Transição Ecológica e para o Desafio Demográfico, Teresa Ribera.
Segundo o jornal espanhol Cinco Días desta quarta-feira, 17 de agosto, a ministra, apesar de sublinhar que são dados que exigem "cautela" na sua interpretação", atribuiu a queda "à maior sensibilidade dos lares e empresas no que toca ao uso responsável da energia e às medidas do decreto-lei" aprovado uma semana antes pelo governo de centro-esquerda liderado por Pedro Sánchez, e tudo numa semana de "temperaturas máximas e de onda de calor em boa parte do território".
No país vizinho, e por decreto do governo de Madrid, as montras de lojas e a iluminação dos edifícios públicos foram desligadas a partir das 22 horas e os ares condicionados passaram a não poder estar abaixo dos 27º - com exceções, como em cozinhas, ginásios, hospitais e escolas, entre outros sítios.
Por ora, são estas as medidas que já estão a ser aplicadas de um pacote mais vasto que visa poupar 7% do consumo de gás contratualizado com a Comissão Europeia, o mesmo alvo que Portugal vai ter de cumprir, os dois países beneficiando da chamada "excepção ibérica" , que desacoplou o cálculo dos preços da eletricidade do preço de mercado do gás natural, reduzindo a fatura da luz para os cidadãos e empresas dos dois países.
A ministra espanhola estimou, segundo o Cinco Días, a poupança dos consumidores espanhóis nos 1383 milhões de euros graças à "excepção ibérica" desde que entrou em vigor, a 15 de junho.
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