Economia

Corte com China pode custar 10% do PIB alemão

12 agosto 2022 20:44

A maior economia do euro perde crescimento em cinco cenários de desglobalização simulados pelo IFO

12 agosto 2022 20:44

A Alemanha perde competitividade e crescimento se tiver de cortar o seu cordão umbilical com a globalização, nomeadamente com a China e com as economias com regimes autocráticos, conclui um estudo do IFO, Institute of Economic Research de Munique. No estudo “Desafios geopolíticos e as suas consequências para a Alemanha”, dirigido por Clemens Fuest, presidente do IFO, dos cinco cenários de desglobalização parcial ou total simulados, a pior situação para a maior economia do euro ocorre no caso de Berlim decidir unilateralmente relocalizar na Alemanha a produção que deslocalizou para a China. A quebra real no PIB alemão a longo prazo seria de 9,7%. Em contraste, na China, a quebra infligida seria ligeira (não chegaria a 0,2% do PIB).

Além da dependência energética da Rússia, que ficou clara no quadro da atual invasão da Ucrânia decidida pelo Kremlin, a Alemanha viu as suas exportações para a China crescerem 12% ao ano entre 1995 e 2020 e as importações aumentarem a um ritmo anual de 11% naquele período. Em maio passado, a China era o terceiro cliente, com 7,5% das exportações alemãs, depois dos Estados Unidos e da França. Mas, nos dados anuais de 2020, foi o segundo parceiro, depois dos EUA.