Economia

Ex-responsável da contabilidade da Wirecard admite ter falsificado documento

Foto: Getty Images
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O antigo líder da contabilidade da Wirecard, Stephan von Erffa, admitiu que facultou à auditora KPMG um documento forjado para justificar um fluxo de dinheiro na empresa, revela o "Financial Times"

Stephan von Erffa, antigo diretor de contabilidade da tecnológica alemã Wirecard, admitiu ter forjado um documento pedido pela KPMG durante uma auditoria especial, revela o "Financial Times" esta segunda-feira.

Stephan von Erffa é um de três arguidos no processo judicial que corre na Alemanha sobre o colapso da Wirecard, que entrou em insolvência em junho de 2020. Três antigos gestores da Wirecard são acusados pelos procuradores de Munique de fraude, quebra de confiança e manipulação de mercado.

O antigo responsável de contabilidade da Wirecard é o primeiro executivo de topo da empresa a admitir práticas erradas desde que em julho de 2020 Oliver Bellenhaus, que era o líder da subsidiária da empresa no Dubai, se decidiu entregar às autoridades e revelar pormenores do escândalo.

Em causa, recorde-se, está o facto de a Wirecard ter inflacionado as suas receitas e o seu balanço com 1,9 mil milhões de euros em contas na Ásia que não existiam.

Stephan von Erffa negou ter estado envolvido na fraude, responsabilizando um outro gestor de topo da Wirecard, Jan Marsalek, que entretanto fugiu da Alemanha. Contudo, a investigação policial sobre a Wirecard encontrou provas de que no início de 2020 Stephan von Erffa forjou documentos partilhados com os auditores da empresa.

De acordo com o "Financial Times", von Erffa falsificou uma autorização da Wirecard para uma transferência de 50 milhões de euros para a empresa em 2018.

O antigo líder da contabilidade declarou aos procuradores que essa falsificação foi um caso isolado e referiu que a transferência ocorreu de facto, mas como não havia documentos na Wirecard que explicassem esse fluxo de dinheiro, perante a pressão da KPMG para justificar a transferência, no início de 2020 Stephan von Erffa acabou por redigir um e-mail com um formulário de autorização adulterando a data de envio do mesmo para dezembro de 2018.

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