A China concedeu esta quarta-feira novas licenças para jogos online pela segunda vez este ano, uma decisão que impulsionou as ações das gigantes de tecnologia no maior mercado do mundo.
Sessenta novos jogos foram aprovados esta quarta-feira, após um lote inicial em abril, informou a Administração Estatal da Imprensa e Publicação.
Em julho de 2021, Pequim congelou o processo de licenciamento de jogos online, criticados pelos órgãos oficiais do Partido Comunista Chinês como uma espécie de “ópio” para a juventude do país.
No mês seguinte, as autoridades impuseram ainda um limite de três horas por semana para menores de 18 anos jogarem online.
As ações do setor da tecnologia têm estado em queda num contexto de pressão de Pequim, que lançou uma campanha regulatória contra as gigantes tecnológicas do país, com avultadas multas por infrações das regras antimonopólio ou tratamento de dados pessoais.
Tencent e NetEase de fora
A Tencent e a rival NetEase não obtiveram hoje nenhuma licença, mas a decisão de Pequim fez com que as ações de tecnologia subissem.
Os títulos da Tencent subiram mais de 6% na Bolsa de Valores de Hong Kong, as da NetEase avançaram mais de 5%, enquanto a cotação do grupo de comércio eletrónico Alibaba, o primeiro a ser punido pelas autoridades chinesas, disparou mais de 10%.
A incerteza regulatória pesou também sobre os resultados dos gigantes da tecnologia: a Tencent reportou no mês passado um crescimento trimestral lento, inédito desde 2004.
Face a uma potencial desaceleração económica, o Partido Comunista decidiu, no entanto, retroceder em algumas destas políticas.
A liderança chinesa afirmou o seu apoio à economia digital, em abril, e recebeu vários líderes do setor desde então.
Segundo o jornal norte-americano "Wall Street Journal", as autoridades preparam-se agora para encerrar os processos contra o Didi, equivalente ao Uber na China, que foi alvo, desde o ano passado, de uma investigação relacionada com o processamento de dados pessoais.
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