10 maio 2022 14:18

felix cesare/getty images
"Hoje todos concordarão que devemos fazer mais para reduzir a dependência da Rússia", afirmou Durão Barroso numa conferência promovida esta terça-feira pelo banco Goldman Sachs
10 maio 2022 14:18
O presidente não executivo do banco Goldman Sachs, José Manuel Durão Barroso, defende que na Europa "não podemos continuar na posição de dependência energética [da Rússia] em que estivemos tanto tempo".
"Hoje todos concordarão que devemos fazer mais para reduzir a dependência da Rússia", afirmou Durão Barroso durante uma conferência digital promovida esta terça-feira pelo Goldman Sachs sobre a guerra na Ucrânia e a transição energética europeia.
Para o antigo presidente da Comissão Europeia, "haverá oportunidades suficientes" para os investidores apostarem em matéria de descarbonização, mas ao mesmo tempo, lembrou, "há países a adiar o abandono do carvão".
Durão Barroso notou ainda que há "pressões enormes" quer em termos de inflação, quer sobre os orçamentos nacionais, que poderão condicionar a aposta na transição energética, defendendo a existência de "lideranças fortes". "É necessária uma verdadeira liderança para alcançar uma coligação mais ampla para o combate às alterações climáticas", referiu o chairman do Goldman Sachs.
Na mesma conferência Durão Barroso declarou também que "é indispensável criar os incentivos certos" ao nível do quadro regulatório para a aposta nas energias limpas. "É importante criar uma espécie de parceria público-privada, porque o sector privado sozinho não chega", comentou.
Na conferência promovida pelo Goldman Sachs o diretor de banca de investimento desta instituição financeira, Gonzalo Garcia, assegurou que continua a haver "um mercado muito ativo de fusões e aquisições em torno da transição energética", apesar das incertezas criadas pela guerra na Ucrânia.
"Os últimos dois meses não foram particularmente bons, mas pensamos que é temporário, e voltará a haver investimento", apontou Gonzalo Garcia, reiterando que "as empresas [de energia] continuam a levantar capital".