Comboios privados conquistam Espanha

Depois de 80 anos ininterruptos de monopólio por parte da Renfe (Rede Nacional das Ferrovias Espanholas, o operador histórico de Espanha), os primeiros números sobre a entrada de operadores privados no mercado espanhol mostram que a liberalização iniciada há um ano é um completo êxito: aumentou o número de passageiros, diminuíram os preços da alta velocidade espanhola convencional (AVE), cresceu exponencialmente a oferta de lugares baratos com o lançamento de serviços de baixo custo e as taxas de ocupação dos novos operadores superam os 90%.

Em pouco mais de seis meses (a primeira oferta privada foi lançada em maio de 2021), os novos comboios transportaram mais de dois milhões de passageiros. A concorrência estrangeira estimulou a criatividade da Renfe: a 21 de fevereiro, a AVLO, marca de baixo custo da companhia espanhola, inaugurou o trajeto Madrid-Valência (303 quilómetros) em 1 hora e 40 minutos com 11 frequências diárias em cada sentido. Preço dos bilhetes: a partir de €7. A OUIGO, da SNCF, o operador ferroviário de França, havia transportado até ao final do ano 1,3 milhões de passageiros no trajeto Madrid-Barcelona, mais do que a AVLO — a empresa da Renfe conseguiu 734 mil passageiros. Os comboios da companhia francesa, de dois pisos, têm mais capacidade (526 passageiros por carruagem) do que os espanhóis, que dispõem de 438 lugares.

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