Bancos emprestaram mais em créditos ao consumo mas pandemia ainda não foi superada

Crédito ao consumo cresce no verão, mas não supera valores de maio
Os bancos portugueses assinaram, em julho, menos contratos de crédito ao consumo, mas o valor concedido foi bem maior face não só ao mês anterior como a julho de 2020, segundo revelam os dados do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, 15 de setembro. Porém, ainda não se superaram as quebras registadas com a pandemia.
Em julho, foram contratualizados 118.732 novos contratos de crédito ao consumo (crédito pessoal, automóvel ou cartões), o que representa um ligeiro deslize de 0,1% em relação ao mês anterior, mas um aumento de 16,5% sobre julho de 2020 (o primeiro verão com pandemia de covid-19).
A nível de montante, a evolução é distinta. Foram emprestados 575 milhões de euros, uma subida de 1,3% face a junho e de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Apesar do avanço, o número é mais baixo do que o emprestado para os mesmos fins em maio – e ainda não atingiu os mais de 600 milhões que costumavam ser contratualizados mensalmente em crédito ao consumo quando a covid-19 ainda não era uma realidade. Aliás, isso é visível no acumulado de empréstimos entre janeiro e julho de 2021, que fica acima do montante concedido no mesmo período em 2020, mas abaixo do registado nos mesmos meses de 2019. E isto ocorre numa altura em que o crédito à habitação tem vindo a crescer para níveis inéditos em mais de uma década.
Olhando para os vários segmentos, o crédito pessoal sem finalidade específica ou para o lar foi o que mais contribuiu para a evolução positiva em julho, mas também houve uma ajuda no crédito pessoal para educação, saúde e energias renováveis.
O crédito automóvel tem sido dinamizado apenas pelos empréstimos para a compra de usados (reserva de propriedade), e não para locação, sendo que os cartões de crédito têm o contributo mais negativo entre todos os segmentos.
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