Economia

Banco do Japão está mais otimista sobre o crescimento em 2021

Aé ao final do seu atual mandato, em 2023, Haruhiko Kuroda, o governador do Banco do Japão, não vai conseguir subir a inflação até à meta de 2%
Aé ao final do seu atual mandato, em 2023, Haruhiko Kuroda, o governador do Banco do Japão, não vai conseguir subir a inflação até à meta de 2%
KIM KYUNG-HOON

O Banco do Japão não mexeu esta terça-feira no quadro de estímulos monetários à economia nipónica, apesar de ter revisto em alta a previsão para este ano de crescimento da economia do país para 4%, acima das previsões do FMI

Os banqueiros centrais do Japão estão mais otimistas do que o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o desempenho da economia nipónica em 2021, mas não mexeram, esta terça-feira, por larga maioria, no quadro de estímulos monetários em vigor.

Na reunião do Banco do Japão (BoJ) desta terça-feira, a equipa liderada desde 2013 por Haruiko Kuroda decidiu, por 8 votos contra 1, manter a taxa negativa de remuneração dos depósitos excedentários dos bancos no BoJ em -0,1% (na zona euro está em -0,5%) e prosseguir com a compra, ilimitada de dívida pública japonesa de modo a controlar o nível da taxa de juros das obrigações a 10 anos perto de zero.

Apesar de uma revisão em alta na previsão do crescimento da economia japonesa em 2021, apontando, agora, para 4%, acima da previsão de 3,3% avançada pelo FMI no mais recente World Economic Outlook, os banqueiros centrais não preveem que a inflação chegue a 2% nos próximos dois anos. A previsão para 2023, no final do atual mandato do governador Kuroda, aponta para 1%, ainda muito longe da meta de 2%.

Apesar do falhanço previsto em relação à meta de inflação, a economia japonesa deverá sair em abril de uma situação de deflação (quebra de preços no consumidor) que se arrasta desde outubro do ano passado.

A quarta maior economia do mundo (depois dos EUA, União Europeia e China) deverá precisar de dois anos - tal como a zona euro - para concluir a recuperação económica provocada pela quebra de 4,8% em 2020 devido ao impacto da pandemia.

Na política monetária, o BoJ tem seguido uma política de controlo da taxa de juros da dívida a 10 anos no mercado secundário, o que designa por controlo da curva de juros, uma política que o Banco Central Europeu (BCE) não prossegue. Depois de um pico, em fevereiro, em 0,17%, a taxa tem-se mantido, em abril, perto de 0%.

Entre os bancos centrais mais importantes, este mês já se realizaram as reuniões do BCE (que reforçou o compromisso de acelerar as compras de dívida através do programa de emergência) e do Banco da Rússia (que aumentou a taxa diretora em meio ponto para 5%). O banco central mais importante, a Reserva Federal norte-americana, comunicará as suas decisões na quarta-feira.

Apesar dos três principais bancos centrais do mundo - Fed, BCE e BoJ - manterem uma política de não mexer no quadro de estímulos monetários, já se verificaram, este ano, 13 decisões de bancos centrais no sentido da subida das taxas diretoras, face a apenas 4 decisões de redução.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate