Nos aviões, será preciso vacina ou teste rápido?

Vai haver novas rotinas nas viagens de avião por causa da covid-19. Por cá apela-se a testes rápidos antes do embarque
Vai haver novas rotinas nas viagens de avião por causa da covid-19. Por cá apela-se a testes rápidos antes do embarque
Para já, não é uma questão que esteja em cima da mesa, mas há uma transportadora australiana, a Qantas, que veio afirmar esta semana que irá exigir que os passageiros dos voos internacionais sejam previamente vacinados, de modo a prevenir o contágio com covid-19. Este é um requisito que a companhia afirma que irá impor assim que a vacina estiver disponível ao público. “Estamos a considerar alterar os nossos termos e condições para os viajantes internacionais, para lhes dizer que vamos exigir que as pessoas sejam vacinadas antes de poderem embarcar no avião”, admitiu o presidente da Quantas, Alan Joyce. O gestor defendeu ainda que esta será uma tendência no sector.
A incerteza sobre a dimensão da retoma dos voos mantém-se, e ninguém sabe ao certo quando estará disponível a vacina de forma generalizada e a preços acessíveis. Também por isso, as companhias aéreas têm estado a batalhar pela realização de testes rápidos. Essa é, aliás, a proposta que a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) defende. Entretanto, a Associação das Companhias Aéreas em Portugal (RENA) propôs esta semana a realização de “testes antigénio rápidos” a todos os passageiros antes do embarque, uma alternativa às quarentenas e ao encerramento de fronteiras. Até agora, apenas algumas regiões avançaram com a obrigatoriedade de testes. A Madeira e os Açores têm exigido a realização de testes para quem viaja para as suas ilhas, feitos antes ou à chegada.
As companhias que operam em Portugal consideram que é uma medida que terá de ser tomada por consenso entre todos os países, tem de ser aplicada a nível global, com normas acordadas no âmbito de uma instituição internacional, e feita com o acordo dos Estados. A logística para ser eficaz, avançam, terá ser coordenada pelos aeroportos. E os testes devem ser feitos por profissionais da área da saúde. A RENA aponta requisitos a cumprir: os testes devem ser certificados por autoridades nacionais ou internacionais, têm de ter resultados em 20 minutos e haver em escala suficiente para serem feitos na ordem das várias centenas por hora.
A nova geração de testes rápidos custará menos de €10 por unidade, estima a RENA. Uma das questões relevantes nesta equação é quem os vai pagar. À partida serão os passageiros a cobrir os custos dos testes, mas poderá haver vários modelos. No verão nos Açores, por exemplo, quem pagava os testes à covid-19 era o Governo Regional. Há outras experiências em que quem suporta o teste inicialmente é o passageiro, e depois o valor é transformado em vouchers para usar em compras no comércio local. As companhias estão disponíveis para cobrar os bilhetes aos passageiros. E como se passaria o processo? A RENA explica que os passageiros receberiam o resultado do teste antes do embarque, e depois só poderia embarcar quem tivesse resultado negativo.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes