O medicamento da Bial para a doença de Parkinson começou a ser comercializado nos mercados norte-americano e japonês, avança a farmacêutica portuguesa em comunicado. “De salientar que esta é a primeira vez que um medicamento de investigação portuguesa é comercializado no Japão, o terceiro mercado farmacêutico a nível mundial”, faz notar a empresa liderada por António Portela.
A comercialização deste fármaco era aguardada com expectativa pela companhia, sediada a norte do país, na Trofa, e decorre da recente aprovação pelas autoridades regulamentares de ambos os países. A venda do Ongentys está a ser feita via acordos de licenciamento estabelecidos pela Bial com companhias farmacêuticas presentes nos dois territórios.
“A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois da doença de Alzheimer. No Japão estima-se que existam 163 mil pessoas com Parkinson. Nos EUA cerca de um milhão de americanos vivem com esta doença e, a cada ano, são diagnosticadas mais de 50 mil pessoas”, indica ainda o comunicado.
Demorou sete anos até a Bial obter a aprovação das autoridades nipónicas. Em 2013, a companhia assinou um acordo de licenciamento com a japonesa ONO Pharmaceutical para o desenvolvimento e comercialização do Ongentys naquele país, num processo que só teve luz verde em junho deste ano. Já a autorização de introdução no mercado por parte do regulador do mercado farmacêutico norte-americano Food and Drug Administration ocorreu no final do passado mês de abril.
O Ongentys (opicapona) já estava disponível no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal e a Bial antecipa que ao longo de 2020 e 2021, o medicamento seja introduzido em outros países europeus e na Coreia do Sul.
Com um investimento anual de mais de 20% da sua faturação em investigação, a Bial é até hoje a única farmacêutica nacional com produtos de investigação própria: um medicamento para a epilepsia chamado Zebinix (acetato de eslicarbazepina ) e o Ongentys para a doença de Parkinson.
A Bial soma, atualmente, filiais em nove países e vende os seus medicamentos em mais de 50 territórios, sobretudo da Europa, África e América. Nos últimos dez anos, o peso das vendas nos mercados internacionais tem vindo a aumentar e representa, hoje, cerca de 75% do volume de negócios da empresa (que em 2019 ultrapassou os 300 milhões de euros), com os EUA como o principal mercado em vendas de farmácia.
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