Suíços investem €30 milhões em Lisboa
Depois do segmento de luxo, o grupo Mexto aposta agora na classe média
Especializado em projetos de reabilitação de luxo, o grupo suíço Mexto vai estrear-se nos Olivais com um projeto dirigido ao mercado nacional e construído de raiz.
As obras para a construção dos dois edifícios com 43 apartamentos cada um deverão arrancar ainda este mês, assim que a Câmara Municipal de Lisboa der a licença de construção, disse ao Expresso Miguel Cabrita, administrador da empresa.
“O O’Living é um projeto que vamos desenvolver na zona dos Olivais, perto do Parque das Nações, e é totalmente dirigido para responder às necessidades do mercado residencial nacional”, acrescenta. Com projeto do arquiteto Miguel Saraiva, o novo investimento da Mexto, avaliado em €30 milhões, prevê tipologias de T1 a T3 duplex, com áreas entre os 70 m2 e os 180 m2. “Os preços variam entre os €240 mil por um T1 e os €650 mil por um T3, o que coloca o preço médio por metro quadrado entre os €3500 e os €4300”, refere.
“Fizemos dois tipos de apartamentos. Um mais tradicional, com as áreas perfeitamente delimitadas e fechadas. Com a colaboração do arquiteto, o outro tipo de apartamento tem portas que se podem abrir para aumentar a zona de estar ou de trabalho, por exemplo”, afirma. Miguel Cabrita salienta que, sem alterar o plano submetido à autarquia, existe a possibilidade de juntar apartamentos contíguos para famílias que precisem de um espaço maior. Quanto aos apartamentos de cobertura (penthouse), com terraço privativo, “o preço ainda não está fechado”.
Além de cinco lojas, com áreas compreendidas entre 97 m2 e 198 m2, o projeto inclui 128 lugares de garagem, sendo um lugar de estacionamento atribuído aos proprietários dos T1 e dos T2. Tal como acontece em alguns apartamentos, a configuração dos espaços comerciais não descarta a possibilidade de loja única, podendo acomodar um supermercado ou outro género de comércio.
Além das garagens, “o projeto prevê a construção de 188 lugares de estacionamento público à volta dos dois edifícios”, acrescenta.
A área total de construção é de 18.200 m2, dos quais 12.300 acima do solo e 5900 abaixo do solo.
“No segmento de luxo, a que estamos mais habituados, os preços das habitações irão manter-se. O que vai variar são os tempos de vendas, que vão ser maiores do que o habitual”, considera Miguel Cabrita. “Continuamos a receber pedidos de informação e de assinatura de contratos de compra e venda nos nossos empreendimentos de luxo. Não há grandes diferenças”, diz referindo-se aos projetos da Mexto como o Avencas — Ocean View Residences, na Parede, frente à praia, ou o Rodrigo da Fonseca 43.
“Consideramos que em Portugal há ainda uma grande falta de casas no mercado. Com a pandemia, será o mercado de casas usadas o que poderá ser mais atingido”, refere. A Mexto tem uma carteira de investimentos em Portugal que ronda os €114 milhões.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hmartins@expresso.impresa.pt
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