Economia

Próxima inauguração da dona do Pine Cliffs é no Porto e promete robots no serviço de quartos

Próxima inauguração da dona do Pine Cliffs é no Porto e promete robots no serviço de quartos
Christopher O'Grady Christopher O'Grady

Grupo do Koweit continua a investir em Portugal. E tem razões para estar otimista: “Portugal provou, nesta pandemia, ter uma capacidade de gerir a crise que muitos outros países não tiveram”, diz o diretor-geral Carlos Leal

A preparar a reabertura do Pine Cliffs Resort, em Albufeira, a 6 de junho, e do Sheraton Cascais Resort, até ao início de julho, a UIP - United Investment Portugal já tem, também, dois robots prontos a entrar ao serviço no novo Yotel, a inaugurar no Porto, em agosto.

“O meu otimismo mudou para melhor nas últimas três semanas, puxado pelo impacto muito positivo da procura”, diz ao Expresso Carlos Leal, diretor-geral da UIP, da Al-Bahar Investment Group, com sede no Koweit.

Mesmo em período de pandemia, “as unidades do Algarve e de Cascais mantiveram alguma ocupação”, mas Carlos Leal admitia que o regresso ia ser difícil. No entanto, a procura, em especial para a semana dos feriados de 10 e 11 de junho, acabou por o levar a abrir o empreendimento, com capacidade para 3 mil pessoas, no dia 6. “As reservas estão a aumentar”, diz o gestor, que avançou para a reabertura numa altura em que somava 370 pedidos de entrada para o próximo fim de semana e 750 para o dia 9.

Os clientes do resort de luxo algarvio nesta fase são maioritariamente portugueses, adianta. “Estamos a falar de um nicho de mercado habituado a passar férias nas ilhas Maldivas, por exemplo, com serviço de mordomo, cozinheiro em casa, massagens no local e, que agora, opta por ficar no país, mas também de mercados como o espanhol ou o inglês”, refere.

Já Cascais reabre mais tarde aos turistas, talvez na terceira semana de junho, por ter uma procura mais internacional, designadamente de Espanha, Alemanha e Suíça, o que significa menor pressão na semana dos feriados.

200 mil euros para reabrir

E para retomar a operação, com medidas de higiene e segurança reforçadas para além do protocolo definido pela certificação “Clean & Safe”, atribuída pelo Turismo de Portugal, o grupo apostou em equipamentos inovadores de desinfeção e limpeza a vapor contra vírus e bactérias, tapetes de desinfeção para os pés nas entradas dos edifícios, desinfeção das bagagens dos clientes no check-in, selo de segurança após a higienização dos quartos que será quebrado quando o cliente entra.

“Investimos 200 mil euros nas medidas de segurança, equipamento e adaptação do modelo de serviço”, adianta Carlos Leal. Da lavandaria, de onde a roupa de cada quarto vem embalada individualmente, ao equipamento dos funcionários que muda sempre que passam à arrumação de um novo quarto, muita coisa muda. No serviço de restauração e na oferta geral dos empreendimentos do Algarve e de Cascais também.

Ao longo de três décadas, o grupo já investiu €500 milhões no país. Nesta fase, mantém todos os projetos em curso, designadamente no norte, onde anunciou, em setembro, um projeto de €200 milhões para transformar a Quinta Marques Gomes, em Gaia, num empreendimento hoteleiro e residencial, e está a concluir, no Porto, o projeto do primeiro Yotel em Portugal, num investimento de €30 milhões, assinado pelo arquiteto Nuno Leonidas.

Presente já em vários países, de Singapura aos EUA, a nova insígnia apresenta-se com “o perfil adequado para esta fase do turismo, uma vez que o cliente não precisa de ter contacto com ninguém da entrada à saída do hotel”.

Neste conceito, muito assente na tecnologia, há dois robots para o serviço de quartos e o check in e check out podem ser feitos via app. São 153 quartos que no plano inicial deviam de ter sido inaugurados em janeiro, o hotel viu a abertura ter de ser adiada quando já tinha reservas para os primeiros meses do ano, em especial de clientes de Espanha e dos Estados Unidos. “Tivemos de as cancelar, mas temos boas expetativas até porque Portugal provou, nesta pandemia, ter uma capacidade de gerir a crise que muitos outros países não tiveram”.

Mais projetos no horizonte

E, em cima da mesa, está a possibilidade de novos investimentos nesta insígnia no país e já há localizações a serem estudadas, mas a UIP considera prematuro divulgar as hipóteses em análise.

Quanto ao projeto do Hyatt Regency Lisboa, num investimento de €50 milhões junto ao Tejo, entre Alcântara e Belém, a previsão também aponta para um atraso na abertura, à semelhança do Porto. Neste caso, Carlos Leal refere que o adiamento ronda os 8 meses, o que significa que salta do final do ano para o segundo semestre de 2021. “Tivemos atrasos naturais na construção, desde logo por termos de trabalhar com muitos materiais importados que não foram entregues nos timings previstos”, explica.

Na carteira do grupo continua o projeto do Vale do Freixo, Loulé, já com 20 anos de história e estatuto PIN – Projeto de Interesse Nacional, mas “encalhado”, a aguarda luz verde de todas as autoridades competentes devido à densidade de construção para o local escolhido, na bacia de Alte, na serra do Caldeirão.

E pode haver novos projetos no país. Carlos Leal assume que “O objetivo é continuar a reforçar a presença em Portugal e com a crise podem aparecer oportunidades que façam sentido para nós por se enquadrarem no ADN de investimento do grupo”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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